domingo, 5 de outubro de 2014

O que eu achei:

ate-papo com convidados

BATE-PAPO COM CLEIDE QUEIROZ - 24/10/2001 ÀS 17H00

Cleide Queiroz, atriz
Atriz conversou sobre sua atuação na peça "Gota DŽágua", tragédia de Chico Buarque e Paulo Pontes, em cartaz no TBC, em São Paulo.
 (17:11:39) Cleide Queiroz: Boa Tarde a todos, e gostaria de convidar a todos para assistir a peça "Gota dŽÁgua" de Chico Buarque de Hollanda e Paulo Pontes, com direção de Gabriel Villela, no TBC - Rua Major Diogo, em São Paulo. Estaremos nas próximas quintas, sextas e sábos às 20h , e no domingo às 20h.

 (17:11:51) samantha fala para Cleide Queiroz: olá. como é ser a medéia brasileira?

 (17:13:20) amanda fala para Cleide Queiroz: esse é um texto dificil? lembra uma peça clássica grega ou o chico mexeu tanto que Žperdeu essa característica?

 (17:14:41) Cleide Queiroz: aamantha: é uma grande responsabilidade. Eu concluí no processo de criação da Joana, que é a medéia brasileira, que a mulher da mitologia grega - que é a medéia - a mulher continua no mesmo patamar: sofrendo e assumnindo tudo.

 (17:15:30) Cleide Queiroz: amanda: Naõ. O Chico Buarque e o Paulo Pontes escreveram baseados na Medéia de Eurípedes.

 (17:15:41) Adorável Canalha fala para Cleide Queiroz: Boa Tarde, Cleide.. É um prazer e um privilégio poder conversar com vc...

 (17:16:15) sarampo fala para Cleide Queiroz: cleide, o chico acompanhou essa montagem?

 (17:16:53) Cleide Queiroz: Adorável Canalha: Respondendo como Cleide, eu odeio os Canalhas,. Respondendo como Joana, Jazão é um canalha e a Joana sabe o que fazer com isso.

 (17:16:54) Creonte fala para Cleide Queiroz: na sua opinião, qual o momento mais legal do espetáculo e o mais difíl para vc como atriz?

 (17:17:46) doente fala para Cleide Queiroz: vcs sairão pelo brasil?

 (17:18:02) Cleide Queiroz: sarampo: Não. Eles estava cheio de compromissos no Rio. Quando fiz Morte e Vida, no Rio, ele foi me ver. Só me mandou um beijo. E isso me deixou bastante feliz.

 (17:18:06) Creonte fala para Cleide Queiroz: A direção é do Gabriel Villela certo? Como foi trabalhar com ele?

 (17:19:18) Cleide Queiroz: Creonte: O mais legal é quando me vingo do Creonte, quando ele me dá mais um dia pra pensar... não se dá mais um dia pra uma bruxa. E o mais difícil é quando o Jazão manda espancar a Joana.

 (17:20:07) Cleide Queiroz: doente: Ainda não, porque o espetáculo estreou agora. Primeiro ele tem de ter uma vida em SP, só depois os organizadores pensam nas turnês.

 (17:20:41) luana fala para Cleide Queiroz: vc tem vontade de trabalhar na TV? Sei que faz cinema e está ótima no filme Domésticas.....tem algum projeto para a telona?

 (17:22:41) Cleide Queiroz: Creonte: O Gabriel tem um trabalho específico. Já trabalhei com outros diretores, mas o Gabriel é diferente. Ele levou o espeátulo para o lado épico, mítico e isso é bem difícil. Tudo é baseado no teatro de Heiner Muller, Eurípedes e a trgédia brasileira do Chico. É compplicado, mas o ator acaba entendendo a linguagem dele. O ator deve estra sempre atento ao trabalho do Gabriel, para não se perder.

 (17:22:45) podre fala para Cleide Queiroz: dá pra viver de teatro no brasil?

 (17:22:46) Anna Paula fala para Cleide Queiroz: OI, eu gostaria de saber qual a sua formação em música, canto .

 (17:24:56) Cleide Queiroz: luana: O meu trabalho ficou especificamente no teatro. Televisão, esporadicamente. Como fiz cinema, gosto muito de fazer. Participei de Pixote, Hora de Estrela, e agora o sucesso Domésticas. Adoro cinema, mais que televisão, mas se tiver de escolher prefiro o cinema. Também gostaria de fazer mais televisão. Na minha opinião, todo ator deveria começar pelo teatro, e depois partir para TV e cinema.

 (17:25:00) Fernanda fala para Cleide Queiroz: Este é o trabalho mais importante de sua carreira, Cleide?

 (17:26:30) Cleide Queiroz: podre: Não. Principalmente quem está começando. Tenho 33 anos de carreira e só da década de 80 pra cá comecei a viver de teatro. Pra viver tive de me virar com muitas outras coisa: já trabalhei de produtora, fazia artesanatos...

 (17:28:38) neguinho fala para Cleide Queiroz: cleide, vc sofreu dificuldades na carreira por ser negra? se sim, de que tipo?

 (17:28:38) Cleide Queiroz: Anna Paula: Eu sou brasileira, pobre, negra, mulher e resolvi ser atriz. Então à revelia da família, que não gosta do que faço, não tive como fazer escolas de teatro. Assim, tive de fazer teatro amador e fiz todos os cursos que puderam me ajudar: sapateado, canto, maquiagem... O ator não pode parara de estudar. Esta é minha formação: brasileira!

 (17:29:47) Cleide Queiroz: Fernanda: Pra eu mostrar meu trabalho de atriz, é sim. Mas do jeito que trabalho com paixão, todos foram importantes.

 (17:29:52) Creonte fala para Cleide Queiroz: Qual é o maior desafio na Gota DŽAgua?

 (17:31:07) Cleide Queiroz: neguinho: Todas as dificuldades. Sou neguinha! Você nunca é tipo. Não me deixaram fazer Branca de neve, nem Cinderela, Rainha de Hamellet. Muito menos comerciais de creme dental e shampoo, porque cabelo de neguinha não mexe muito.

 (17:32:08) JOSELITO fala para Cleide Queiroz: CLEIDE, VALE A PENA SER ATRIZ DE TEATRO?

 (17:32:17) Cleide Queiroz: Creonte: O espetáculo todo é um desafio. Tem uma cena, quando a Joana perde Jazão de ve. Esta parte da interpretação é muito difícil.

 (17:32:54) Cleide Queiroz: JOSELITO: Vale muito! Embora o único pagamento que o ator tem são os aplausos no final, mas vale muito a pena.

 (17:33:37) Atreu fala para Cleide Queiroz: Cleide, boa tarde. Acabo de entrar, e gostaria de saber se vc está interpretando o papel de Joana.

 (17:34:11) Cleide Queiroz: Atreu: Que nome lindo!! Sim, eu sou a Joana.

 (17:34:22) ROMILDO fala para Cleide Queiroz: CLEIDE, conte-nos um pouco sobre o que trata a peça

 (17:34:24) Fã da Cleide fala para Cleide Queiroz: Sou sua fã.Estou aqui somente para te dar um grande beijo.

 (17:35:16) Creonte fala para Cleide Queiroz: Achei a cena da morte dos filhos simplesmente maravilhosa...vc deu um show de interpretação...Foi dificíl fazer essa cena?

 (17:36:32) Cleide Queiroz: ROMILDO: A peça foi baseada em Medéia, de Eurípedes, e trata dos relacionamentos entre homem e mulher. Para fazer a peça pesquisei muito a história dos personagem, e isso me fez descobrir que os relacionamentos humanos vão muito além do contato homem e mulher, mas sim das amizades, dos filhos, das conquistas e separações. Sentimentos que fazem, muitas vezes, pessoas sentirem raiva.

 (17:36:38) Atreu fala para Cleide Queiroz: Obrigado, Cleide. Atreu é aparentemente foi um argólida, assim como Jasão. Diga-me, vc chegou a conversar com Bibi Ferreira, que criou o papel de Joana?

 (17:36:45) tiger fala para Cleide Queiroz: só por ser pobre,negra,e mulher,nào faz de vc pior nem melhor.E ser brasileiro,então,é um privilégio neste tempo de guerra

 (17:37:01) Cleide Queiroz: Fã da Cleide: Sou sua fã també. Muito obrigada!!

 (17:37:29) mmm fala para Cleide Queiroz: Até quando a peça fica em cartaz?

 (17:38:18) Cleide Queiroz: Creonte: Foi muito difícil. E gostei do que um amigo falou: "Foi a morte mais bonita do teatro brasileiro". Quando a cena termina, nem consigo repirar, de tão forte que é.

 (17:38:32) Miguel fala para Cleide Queiroz: Oi, Cleide, não te vejo desde "O Mambembe" e fico feliz de ver tantas pessoas dizendo que você está maravilhosa... uai..... vc sempre foi maravilhosa

 (17:39:44) Cleide Queiroz: Atreu: Este é um de meus sonhos. Gostaria de conversar com ela para me dar uma dicas. Certamente a Bibi fez a Joana mais inesquecível do teatro. Sem dúvida ela é uma grande diretora e grande atriz.

 (17:40:29) juliano fala para Cleide Queiroz: cleide, qual texto vc ainda gostaria de interpretar?

 (17:40:37) Cleide Queiroz: tiger: é verdade! Só quem sente na pele sabe como é. Adoro ser brasileira, ser negra, ser atriz e ser mulher.

 (17:41:20) Cleide Queiroz: mmm: Em princípio, até 23 de dezembro. Ainda não há planos de excursões. Só vamos saber o ano que vem.

 (17:42:08) Cleide Queiroz: Miguel: Vai me ver no teatro. E depois vai me dar um abraço. Depois da peça, eu saio esgotada e precisando de beijos e abraços.

 (17:42:59) Klar fala para Cleide Queiroz: Oi, Cleide. Sou estudande de Relações Públicas da ECA_USP, e temos um trabalho/seminário q pretende avaliar a importância da Lingua Portuguesa nas profissões e na organização social. Gostariamos muito de entrevistá-la. Será q existe essa possibilidade? Com quem devemos falar? Tem um fone, ou coisa parecida pra contato?

 (17:43:10) Anna Paula fala para Cleide Queiroz: Espero que vocês quenham para o Rio de Janeiro, eu sou fã desta obra e gostaria muito d e poder assistir uma montagem de críticas tão boas !

 (17:43:11) Cleide Queiroz: juliano: Todos que tenham mulheres marcantes, e homens marcantes também. Gostaria de interpretar um homem. Já fiz até bichos, para teatro infantil.

 (17:44:17) senior fala para Cleide Queiroz: Como encenar uma peça que está tão umbilicalmente ligada a Bibi, que inclusive era esposa do Paulo Pontes, sem o fantasma daquela montagem?

 (17:45:04) Cleide Queiroz: Klar: Pode me ligar no 3825-8793. Eu acho muito importante se falar a língua pátria em qualquer porfissão. Sou professora de técnica vocal e acho que o brasileiro está falando muito mal a língua pátria.

 (17:46:50) Cleide Queiroz: Anna Paula: Não há, até agora, projetos de irmos para o Rio. A Bárbara Heleodora vei a São Paulo e fez uma linda crítica sobre meu trabalho e a peça. Mas ainda temos de esperar 2002 para sabermos a decisão dos produtores sobre apresentações em outras cidades.

 (17:46:56) ZkBitt fala para Cleide Queiroz: Como vc se prepara para ter tanta força vocal, fisica e energética em cena?

 (17:49:14) Cleide Queiroz: senior: No começo, as pessoas cobravam isso de nós. Não dá pra se fazer um espetáculo, feito há 30 anos, da mesma maneira. A situação política do Brasil mudou muito. Gabriel, o diretor, fez a sua montagem na linguagem atual. Mas o espetáculo vai ser sempre da Bibi. A peça foi escrita para ela.

 (17:50:39) Beth fala para Cleide Queiroz: Olá Cleide... Então vc é professora de técnica vocal? Como tem visto a preparação vocal dos atores no teatro hoje em dia? Me parece que isto não está sendo muito levado a sério, tenho visto peças onde atores erram entonações, não podem ser ouvidos corretamente e às vezes usam microfones em espaços relativamente pequenos como o Sesc Belenzinho...

 (17:51:58) Cleide Queiroz: ZkBitt: Tem toda uma preparação. Primeiro fiz toda uma pesquisa histórica. Depois tem toda a explicação do diretor, que nos mostra a linha que devemos seguir. Em seguida, a preparação vocal e estou fora do meu naipe. O Gabriel pediu uma voz grave, e estou trabalhando nisso. A Babaya E Ernane Maleta fizeram este trabalho comigo.

 (17:52:19) ZkBitt fala para Cleide Queiroz: O q vc acha dos personagens negros de nossa dramaturgia? Serao eles sempre colocados como secundarios ou os herois negros brasileiros serao sempre Zumbi e Orfeu da Conceição?!?

 (17:56:31) Cleide Queiroz: Beth: Adorei sua pergunta. Está acontecendo um fonêmeno no teatro brasileiro. Estou sentindo um desinteresse. A primeira coisa que falo do aluno que a aula é chata mesmo. Conversei com outros professores que passam pela mesma dificuldade: o desinteresse. Sou uma professora que preza a pesquisa, e hoje muita genta não quer adotar esta técnica.

 (17:59:16) Cleide Queiroz: ZkBitt: A dramaturgia negra é muito pequena. É tudo tão recente no Brasil, que o o negro só recentemente está revirando suas origens. E claro, isso se reflete nas artes. Temos poucos dramaturgos negros que escrevem sobre negros. Por outro lado, na África existem muitos personagens heróicos negros. Mas vamos caminhando, e tentando corrigir esta falha.

 (18:01:02) Cleide Queiroz: Quero agradecer todas as perguntas. Adorei. Gostaria que estas pessoas que participaram fosse ver a peça, no TCC, em São Paulo. A peça eestá em cartaz todas as quintas, sextas, sábados e domingos. Espero beijos e abraços de todos vocês lá no teatro!

 (18:01:20) Selecionador UOLO UOL agradece a presença de todos. Boa noite.