segunda-feira, 30 de novembro de 2015

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27/11/2015 07:49 - Atualizado em 27/11/2015 07:49
Gabriel Villela traz a BH sua adaptação para ‘A Tempestade’, de Shakespeare

Patrícia Cassese - Hoje em Dia Imprimir

 

João Caldas/Divulgação
Gabriel Villela traz a BH sua adaptação para ‘A Tempestade’, de Shakespeare
FRATESCHI - Ator encarna Próspero, Duque de Milão que tem poderes mágicos e vive exilado em uma ilha

Tempos atrás, houve, sim, o ensejo de montar “A Tempestade”, com o Grupo Galpão. “Mas acabamos por fazer ‘Gigantes da Montanha’, de Pirandello”, rememora Gabriel Villela, ao Hoje em Dia. Não que a ideia de encenar o clássico de Shakespeare tenha sido sepultada. Tanto que o consagrado diretor volta à sua terra natal agora a bordo do texto que tem, como personagem central, Próspero.

“Consegui juntar uma excelente trupe de atores liderada por Celso Frateschi, pois entendi que o momento do nosso país, do nosso mundo, é de muita selvageria, e o texto fala da grande capacidade do coração humano de perdoar, de substituir suas ações de barbárie e extrema violência pela compaixão, pelo perdão e pela misericórdia”, diz ele, que, juntamente à equipe citada, ocupa o palco do Cine Theatro Brasil Vallourec nesta sexta e sábado, às 21h, e domingo, às 20h.

Água limpa, por favor

Valendo-se do título em português da comédia de Stanley Kramer, de 1963, Villela entende que “deu a louca no mundo”. “E após o acidente que provocou toda essa lama sobre o Rio Doce, é preciso cantar músicas que falem de água limpa como em ‘A Tempestade’”.

A peça, acrescenta, começou a ser montada em março, e quase todo o material em cena consiste em potes de barro. “Vasos d’água produzidos em Tiradentes, pois Babaya (que assina a direção musical) optou por uma trilha que cantasse nossos rios de água doce correndo de encontro a um mar de sal sem igual. O barro da criação soprado por Deus está em cena”, diz o diretor, que contabiliza outras quatro montagens de Shakespeare no currículo – além da célebre “Romeu e Julieta” (com o Galpão), “Sonho de Uma Noite de Verão” (com a Cia de Dança Palácio das Artes), “Macbeth” (com Marcello Antony e Claudio Fontana) e “Sua Incelença Ricardo III” (com o Clowns de Shakespeare).

Na montagem que chega a BH, o público que acompanha Villela poderá encontrar referências a outros espetáculos por ele assinados. Referências, segundo o próprio, “nada sutis”. “Homenageei o Galpão e o nosso ‘Romeu e Julieta’ com a intenção explícita de pontuar o amor que tenho pelo grupo e a importância que ele tem para o nosso país”, diz, carinhoso.

Mas Villela não economiza elogios também ao grupo que agora rege. “Craques do teatro paulista e brasileiro. A grande surpresa é que os atores, além de excelentes na voz falada, são formados em instrumentos como violino, violão, piano, acordeon e flauta transversal. E tocam em cena! Um luxo só”. A italiana Francesca Della Monica responde pela espacialização da voz dos atores.

Além da montagem em questão, Villela se prepara para estrear, ano que vem, um projeto (“lindo”) com (“a grande atriz”) Walderez de Barros, com quem fez “Hécuba”, de Eurípides. “Trata-se de um texto poético que fala metaforicamente dos rios nos quais temos de navegar – sem lama, claro!”, conclui.

“Voltar a BH é cumprir, de certa maneira, a frase shakespeariana que define bem o coração de um mineiro expatriado (moro em São Paulo): ‘Barro, este é teu centro, volta’”. (Gabriel Villela)

“A Tempestade” – Sexta e sábado às 21h, domingo, às 20h, no Cine Theatro Brasil Vallourec (Praça 7). Duração: 1h40 Classificação indicativa: 12 anos. Plateia 1: R$ 60 e R$ 30 (meia). Plateia 2: R$ 50 e R$ 25 (meia). Vendas: bilheteria do teatro e compreingressos.com. Informações: 3201- 5211 e teatroemmovimento.art.br.

 http://www.hojeemdia.com.br/almanaque/gabriel-villela-traz-a-bh-sua-adaptac-o-para-a-tempestade-de-shakespeare-1.362881

http://www.pauliniavip.com.br/noticiass/6442-peca-de-shakeaspeare-chega-a-campinas

Peça de Shakeaspeare chega a Campinas



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Campinas recebe o espetáculo “A Tempestade”, uma adaptação do texto de Willian Shakeaspeare, que marcou a despedida do autor inglês da dramaturgia. Com música cantada e tocada ao vivo, a peça fica em cartaz no Teatro Castro Mendes, 04 e 05 de dezembro, sexta e sábado às 21h.

A versão brasileira é do diretor mineiro Gabriel Villela, com o ator Celso Frateschi no papel principal do nobre feiticeiro Próspero, Duque de Milão, que tem poderes mágicos e que vive exilado com sua filha em uma ilha fantástica. No palco, estão 11 atores, dos quais nove já trabalharam com Villela em outros projetos.

Para muitos estudiosos, “A Tempestade” foi a peça em que o consagrado autor inglês homenageou suas próprias criações anteriores e onde se despede da dramaturgia, já prevendo sua morte, que aconteceu cinco anos depois, em 1616.

SINOPSE

A obra se passa numa ilha remota, onde Próspero, duque de Milão por direito, planeja restaurar sua filha Miranda ao poder, utilizando-se de ilusão e manipulação. Próspero tem a seu serviço Caliban, um escravo em terra, homem adulto e disforme, e Ariel, o espírito servil e assexuado que pode se metamorfosear em ar ou fogo.

Os poderes eruditos e mágicos de Próspero e Ariel combinam-se para invocar uma grande tempestade, visando assim atrair seu irmão Antônio, que lhe usurpou a posição de duque, e seu cúmplice, o rei Alonso de Nápoles, para a ilha. Lá, suas maquinações acabam por revelar a natureza vil de Antônio, provocando a redenção do rei, e o casamento de Miranda com o filho de Alonso, Ferdinando.

A Tempestade é uma história de vingança, amor, conspirações oportunistas, e também de reconciliações e perdão. “Temos A Tempestade nas mãos, e isso não é pouco. Trata-se de um dos textos mais importantes de Shakespeare e o que ele tem de mais atual é o fato de tratar do desejo”, comenta Celso Frateschi. "Tenho atração e encantamento por obras que traduzem o universo mítico, onírico e poético, como A Tempestade", complementa Gabriel Villela.

SERVIÇO

Data: 04 e 05 de Dezembro
Horário: Sexta e Sábado – 21h
Local: Teatro Municipal José de Castro Mendes - Rua Conselheiro Gomide, 62, Vila Industrial.

Valor:
Plateia – Inteira: R$ 70,00 | Meia-Entrada: R$ 35,00
Balcão – Inteira: R$ 50,00 | Meia-Entrada: R$ 25,00

Vendas:
Bilheteria do Teatro – Fone: (19) 3272 9359 - das 16h às 21h (Terça a Domingo)
Livraria Leitura – Parque Dom Pedro Shopping - Campinas - Avenida Guilherme Campos, nº 500 /Lj SF37B
Livaria Leitura – Campinas Shopping - Rua Jacy Teixeira Camargo nº 940
Pela internet: www.bilheteriarapida.com.br
Call Center: 0800-735 0550
 
Política cultural »

Celso Frateschi critica descompasso na produção cultural brasileira

'Espero que a gente consiga resistir', diz o ator em cartaz com a peça A tempestade, com direção de Gabriel Villela.


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Carolina Braga - EM CulturaPublicação:27/11/2015 07:00Atualização:26/11/2015 17:10
Celso Frateschi como Próspero, protagonista de 'A tempestade' em cartaz no Cine Theatro Brasil  (Joao Caldas / Divulgacao)
Celso Frateschi como Próspero, protagonista de 'A tempestade' em cartaz no Cine Theatro Brasil
Celso Frateschi é um homem de fala mansa e séria. Se o assunto é teatro, os desafios do papel são expostos com a propriedade de professor. Próspero, por exemplo, não é um personagem que respeite as escolas americanas de interpretação. “Shakespeare não é um autor que permite ser somente naturalista ou realista. Exige uma técnica diferente o que é muito bom”, diz, sem esconder uma empolgação comum aos iniciantes.

Quando a conversa caminha para o campo da política, a prosa ganha um tom mais denso. “Não sou um político de profissão. Sou um ator, engajado do meu País e eventualmente me chamaram para exercer um cargo público”, define-se.

A primeira vez que Frateschi assumiu um cargo público foi na gestão de Celso Daniel em Santo André. Foi também secretário de cultura do governo Marta Suplicy em São Paulo, período de importantes conquistas para a classe. Surgiram na administração dele, por exemplo, a lei de fomento ao teatro da Cidade de São Paulo e o projeto vocacional para a formação de plateias. “Ao fazer teatro a pessoa consegue entender as regras e se reconhecer como público”, explica.

'A tempestade' foi a última peça escrita por William Shakespeare (Joao Caldas / Divulgacao)
'A tempestade' foi a última peça escrita por William Shakespeare
Afastado da função política, Celso Frateschi observa com reservas o vício gerado pelas Leis de Incentivo à Cultura. Para ele, esta forma de financiamento vigente há mais de 20 anos no Brasil gera um paradoxo cruel apostando mais em quantidade do que qualidade. “Cada vez mais espetáculos e menos temporadas. O teatro se realiza na repetição. Temos uma lei que privilegia a produção e não o público”, observa.

Frateschi lembra Shakespeare. “Ele fazia o espetáculo para agradar o público e aquelas pessoas pagavam. Hoje a relação deixa de ser com a plateia e passa a ser com o patrocinador que vai bancar. Ou seja, vai para um outro lado que não deveria ir”, critica.

O ator identifica um descompasso até mesmo naqueles que defendem o teatro independente. Por não ter patrocínio, muitos colegas se esquecem que promover o teatro significa pensar um espetáculo em relação ao público. “O teatro existe no espaço entre o palco e a plateia. Tem gente que começa a criar para si. Por que eu quero saber do umbigo do outro? Você já reparou a quantidade de espetáculos confessionais estamos tendo?”, pergunta.

Celso Frateschi reconhece que o momento político é muito ruim. “Espero que a gente consiga resistir. Batalho pela permanência do estado democrático e que a gente consiga passar esse momento de crise, que é muito grave”, afirma. Segundo ele, continua fiel aos princípios de uma sociedade justa, igualitária e livre.http://divirta-se.uai.com.br/app/noticia/arte-e-livros/2015/11/27/noticia_arte_e_livros,174549/celso-frateschi-critica-descompasso-na-producao-cultural-brasileira.shtml

A TEMPESTADE
De Gabriel Villela. Adaptação do clássico de Shakespeare. Com Celso Frateschi. Cine Theatro Brasil Vallourec, Praça Sete, Centro, (31) 3201-5211. Sexta e sábado, 21h; domingo, 20h. Inteira: R$ 50 (plateia 2) e R$ 60 (plateia 1).

sábado, 28 de novembro de 2015

Conspirações shakespearianas

Cultura e Entretenimento

da redação campinas | Atualizado em 28/11/2015-18:31:56
Divulgação
DESPEDIDA | "A Tempestade" foi a última obra de Shakespeare
Chega a Campinas o espetáculo "A Tempestade", uma adaptação do texto de Willian Shakespeare, que marcou a despedida do autor inglês da dramaturgia. A versão brasileira é do diretor mineiro Gabriel Villela, com o ator Celso Frateschi no papel principal do nobre feiticeiro Próspero, Duque de Milão, que tem poderes mágicos e que vive exilado com sua filha em uma ilha fantástica.
No palco, estão 11 atores, dos quais nove já trabalharam com Villela em outros projetos. Além de Celso, no elenco estão Helio Cicero (Caliban), Chico Carvalho (Ariel), Letícia Medella (Miranda) e Romis Ferreira, Dagoberto Feliz, Marcos Furlan, Rogerio Romera, Leonardo Ventura, Felipe Brum e Rodrigo Audi. A montagem apresenta um forte apelo estético através da cenografia e figurino que remetem à cultura mineira e vão de encontro com a vertente popular de Shakespeare. Com música cantada e tocada ao vivo, sob a direção musical de Babaya e Marco França, "A Tempestade" fica em cartaz no Teatro Castro Mendes sexta e sábado, às 21h.
Para muitos estudiosos, "A Tempestade" foi a peça em que o consagrado autor inglês homenageou suas próprias criações anteriores e onde se despede da dramaturgia, já prevendo sua morte, que aconteceu cinco anos depois, em 1616.
Essa é a quinta direção de Gabriel Villela para uma peça de Shakespeare - depois de Romeu e Julieta (com o Grupo Galpão), Sonho de Uma Noite de Verão (com a Cia de Dança Palácio das Artes de BH), Macbeth (com Marcello Antony e Claudio Fontana) e Sua Incelença Ricardo III (com o grupo Clowns de Shakespeare).
SINOPSE
A obra se passa numa ilha remota, onde Próspero, duque de Milão por direito, planeja restaurar sua filha Miranda ao poder, utilizando-se de ilusão e manipulação. Próspero tem a seu serviço Caliban, um escravo em terra, homem adulto e disforme, e Ariel, o espírito servil e assexuado que pode se metamorfosear em ar ou fogo. Os poderes eruditos e mágicos de Próspero e Ariel combinam-se para invocar uma grande tempestade, visando assim atrair seu irmão Antônio, que lhe usurpou a posição de duque, e seu cúmplice, o rei Alonso de Nápoles, para a ilha.
Lá, suas maquinações acabam por revelar a natureza vil de Antônio, provocando a redenção do rei, e o casamento de Miranda com o filho de Alonso, Ferdinando. "A Tempestade" é uma história de vingança, amor, conspirações oportunistas, e também de reconciliações e perdão. "Temos 'A Tempestade' nas mãos, e isso não é pouco. Trata-se de um dos textos mais importantes de Shakespeare e o que ele tem de mais atual é o fato de tratar do desejo", comenta Celso Frateschi. "Tenho atração e encantamento por obras que traduzem o universo mítico, onírico e poético, como 'A Tempestade'", complementa Gabriel Villela.http://portal.tododia.uol.com.br/_conteudo/2015/11/cultura_e_entretenimento/96375-conspiracoes-shakespearianas.php

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

ADAPTAÇÃO DE OBRA CLÁSSICA É DESTAQUE NO FIM DE SEMANA

A cômica história do feiticeiro Próspero, de Shakespeare, será contada no espetáculo "A tempestade". A versão brasileira é do diretor mineiro Gabriel Villela e será encenada por 11 atores, com destaque para Celso Frateschi no papel principal.

Local: Cine Theatro Brasil Vallourec - Centro da Capital
Data: 28/11, 21h
        29/11, às 19h
Ingressos: Variam entre R$50 e R$60 a inteira 

http://www.alvoradafm.com.br/agenda
agenda
 
#FDS
SEXTA- FEIRA
a-tempestade-imagem-destaque
Foto: divulgação
Nos dias 27, 28 e 29 de novembro, o Cine Theatro Brasil recebe o espetáculo “A Tempestade”.
A obra se passa numa ilha remota, onde Próspero, duque de Milão por direito, planeja restaurar sua filha Miranda ao poder, utilizando-se de ilusão e manipulação. Próspero tem a seu serviço Caliban, um escravo em terra, homem adulto e disforme, e Ariel, o espírito servil e assexuado que pode se metamorfosear em ar ou fogo. Os poderes eruditos e mágicos de Próspero e Ariel combinam-se para invocar uma grande tempestade, visando assim atrair seu irmão Antônio, que lhe usurpou a posição de duque, e seu cúmplice, o rei Alonso de Nápoles, para a ilha. Lá, suas maquinações acabam por revelar a natureza vil de Antônio, provocando a redenção do rei, e o casamento de Miranda com o filho de Alonso, Ferdinando.
A Tempestade é uma história de vingança, amor, conspirações oportunistas, e também de reconciliações e perdão. “Temos A Tempestade nas mãos, e isso não é pouco. Trata-se de um dos textos mais importantes de Shakespeare e o que ele tem de mais atual é o fato de tratar do desejo”, comenta Celso Frateschi. “Tenho atração e encantamento por obras que traduzem o universo mítico, onírico e poético, como A Tempestade“, complementa o diretor Gabriel Villela.

Datas:
27/11/2015 – Sex às 21h
28/11/2015 – Sab às 21h
29/11/2015 – Dom às 20h
Local: Cine Theatro Brasil -Rua dos Carijós, 258 – Centro – Telefone:(31) 3201-5211 ou (31) 3243-1964
Valores:
Pateia 1:R$ 60,00 (inteira) | R$ 30,00 (meia)
Plateia 2:R$ 50,00 (inteira) | R$ 25,00 (meia
http://contramao.una.br/fds-6/
Tempestade de barro »

Em montagem do último texto de Shakespeare, Gabriel Villela usa terra de Furnas em objetos de cena

Espetáculo que estreia nesta sexta-feira em BH ainda traz figurinos para evocar náufragos em uma ilha

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Carolina Braga - EM CulturaPublicação:27/11/2015 08:00Atualização:27/11/2015 08:32
O ator Celso Frateschi interpreta Próspero (JOÃO CALDAS/DIVULGAÇÃO)
O ator Celso Frateschi interpreta Próspero
tempo ainda era de universidade para o diretor Gabriel Villela quando em 1984 ele viu uma montagem de Hamlet que o marcou para sempre. No espetáculo dirigido por Márcio Aurélio estava um príncipe até então desconhecido por ele: o ator Celso Frateschi. “É um dos maiores que esse país tem. É de uma potência absurda”, elogia o artista mineiro.

Foi por ter na figura de Frateschi uma referência tão expressiva da arte da interpretação que Villela não duvidou na hora de escolher o ator principal de A tempestade, também de William Shakespeare. Na montagem, que chega neste fim de semana ao palco do Cine Theatro Brasil Vallourec, Frateschi é o protagonista Próspero.


“É uma peça que já fez valer meu semestre”, retribui o ator, referindo-se ao espetáculo que estreou em agosto, em São Paulo. Na temporada paulistana, foi apresentado em formato arena. O público de Belo Horizonte será o primeiro a vê-lo em palco italiano. É a segunda experiência do ator com esse texto. Na primeira, na década de 1980, interpretou o serviçal Caliban. Ou seja, agora muda totalmente de ponto de vista.

Se não restam dúvidas de que a relação entre Villela e a obra de Shakespeare sempre foi muito amistosa, com A tempestade o encenador mineiro vai um pouco além. Não se trata de visitar mais uma vez os escritos do bardo, mas falar de coisas que são relevantes neste momento. “Estava precisando fazer um texto como este”, confessa.

Em tempos de falta de fé na humanidade, o derradeiro texto do dramaturgo inglês se encaixa como uma luva naquilo que Gabriel queria falar. A proposta de montar A tempestade foi feita primeiro aos atores do Grupo Galpão. A trupe de Belo Horizonte, porém, preferiu explorar o italiano Pirandello em Os gigantes da montanha. Villela não desistiu.

Para o diretor, este texto final de Shakespeare realiza um resgate humanista de tudo que ele escreveu ao longo da vida. E Vilella resolveu fazer nesta sua versão da obra um apanhado de seus encontros prévios com a obra do dramaturgo.

MAGO A história de A tempestade se passa em uma ilha habitada pelo duque de Milão, Próspero, e sua filha, Miranda. Depois de ser traído pelo irmão, Próspero foi isolado no local, à força. Mago dotado de poderes, ele “fabrica” uma tempestade e atrai para junto de si todos os seus desafetos.

Embora notável e atemporal, Shakespeare não era tão inovador assim em suas tramas. Em A tempestade, visita temas recorrentes, como amor proibido, vingança, armações. Muito do que o bardo escreveu já virou prato cheio para o encenador mineiro. Desta vez não é diferente. Se em Romeu e Julieta há a fala “barro, esse é teu centro, volta”, aqui, Villela procurou o mesmo caminho.

“Fui atrás desse barro mineiro, como se a gente construísse uma pequena ilhota com aquilo que naufragou”, conta. O Ateliê de Criação (comandado por Villela e pelos artistas plásticos José Rosa e Shicó do Mamulengo) foi para Carmo do Rio Claro e, a partir do barro das águas de Furnas, concebeu as características das montagem.

Foram dois meses e meio construindo os figurinos, tingidos com a terra. O barro é também o elemento constitutivo dos potes de diversos tamanhos que compõem as cenas. Os objetos usados em A tempestade foram desenvolvidos pela Oficina de Agosto, em Bichinho, na Zona da Mata. “A primeira parte é feita com os atores cantando e falando dentro desses potes”, conta Gabriel.

“A peça tem uma magia explícita. Há um lado místico e mágico que o Gabriel também tem, naturalmente”, afirma Frateschi. Para o ator, a excelência de Shakespeare está em sua compreensão da complexidade humana. “Para Shakespeare, a pessoa nunca é má ou boa. Todos são vistos por ângulos completamente diferentes”, diz.

A TEMPESTADE

Montagem de Gabriel Villela do texto de Shakespeare. Com Celso Frateschi. No Cine Theatro Brasil Vallourec, Praça Sete, Centro, (31) 3201-5211. Sexta e sábado, às 21h; domingo, às 20h. Inteira: R$ 50 (plateia 2) e R$ 60 (plateia 1).http://divirta-se.uai.com.br/app/noticia/arte-e-livros/2015/11/27/noticia_arte_e_livros,174539/em-montagem-do-ultimo-texto-de-shakespeare-gabriel-villela-usa-terra.shtml
 Atualizado em segunda-feira, 23 de novembro de 2015 - 12h02

Vozes de Shakespeare

Adaptação do diretor mineiro Gabriel Villela para o clássico do bardo inglês ‘A Tempestade’, cumpre curta temporada no Cine Theatro Brasil Vallourec
Último texto do bardo inglês é defendido por Frateschi no papel de Próspero / Divulgação | João CaldasÚltimo texto do bardo inglês é defendido por Frateschi no papel de PrósperoDivulgação | João Caldas
Última peça escrita por William Shakespeare, em 1611, “A Tempestade” estreia nesta sexta no Cine Theatro Brasil Vallourec com nova montagem desenvolvida por Gabriel Villela. 

Essa é quinta vez que o diretor mineiro assume uma peça do bardo inglês depois de ‘Romeu e Julieta’ (com o Grupo Galpão), ‘Sonho de Uma Noite de Verão’ (com a Cia de Dan- ça Palácio das Artes de Belo Horizonte), ‘Macbeth’ (com Marcello Antony e Claudio Fontana) e ‘Sua Incelença Ricardo III’ (com o grupo Clowns de Shakespeare). Para esse texto, Villela reuniu 11 atores, tendo 9 deles já trabalhado com o diretor em outros projetos. Um deles é Celso Frateschi, que interpreta o protagonista Próspero. O ator já havia participado de uma montagem de ‘A Tempestade’ em 1995. Na ocasião, seu papel era o de Calibã e Próspero era interpretado por Paulo Autran (1922-2007).

 Na história de vingança, amor e conspirações oportunistas, Próspero, duque de Milão por direito e morador de uma ilha, planeja restaurar sua filha Miranda ao poder se utilizando de ilusão e manipulação. Ele conta com os serviços de Calibã e Ariel, o espírito assexuado que pode se transformar em ar ou fogo. Os poderes mágicos de Próspero e Ariel combinam-se para atrair então uma grande tempestade. 

Tendo a voz como elemento principal em suas montagens, Gabriel escalou a italiana Francesca Della Monica, antropóloga da voz, para trabalhar com o grupo. Tocada e cantada ao vivo pelos atores, a música é composta de um repertório de canções populares brasileiras de domínio público selecionadas por Babaya, que já trabalhou com Villela em 28 peças. 

‘A Tempestade’ é considerada por muitos estudiosos a peça em que Shakespeare homenageou suas próprias criações anteriores e onde se despede da dramaturgia, já prevendo sua morte, que aconteceria em 1616.http://noticias.band.uol.com.br/cidades/minasgerais/noticia/100000782456/vozes-de-shakespeare.html

Exposição “Horizonte Moderno”“A Tempestade”

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SOBRE O EVENTO

Local: Cine Theatro Brasil Vallourec
Endereço: Amazonas 315 - Centro, Belo Horizonte
Observações: Informações: (31) 3201 5211
Valor: Plateia 1 - R$ 60,00 inteira e R$ 30,00 meia. Plateia 2 - R$ 50,00 inteira e R$ 25,00 meia
Horário: Sexta e sábado, às 21h e domingo, às 20h
Data final: 29/11/2015

A Rubim Produções e a AB Concessões trazem à capital mineira o espetáculo “A Tempestade”, uma adaptação do texto de Willian Shakeaspeare, que marcou a despedida do autor inglês da dramaturgia. A versão brasileira é do diretor mineiro Gabriel Villela, com o ator Celso Frateschi no papel principal do nobre feiticeiro Próspero, Duque de Milão, que tem poderes mágicos e que vive exilado com sua filha em uma ilha fantástica. No palco, estão 11 atores, dos quais nove játrabalharam com Villela em outros projetos. Além de Celso, no elenco estão Helio Cicero (Caliban), Chico Carvalho (Ariel), Letícia Medella (Miranda) e Romis Ferreira, Dagoberto Feliz, Marcos Furlan, Rogerio Romera, Leonardo Ventura, Felipe Brum e Rodrigo Audi.A montagem apresenta um forte apelo estético através da cenografia e figurino que remetem à cultura mineira e vão de encontro com a vertente popular de Shakeaspere. Com música cantada e tocada ao vivo,sob a direção musical de Babaya e Marco França, “A Tempestade”ficaem cartaz no CineTheatro Brasil Vallourec, de 27 a 29 de novembro, sexta e sábado às 21h e domingo às 20h.

Para muitos estudiosos, “A Tempestade” foi a peça em que o consagrado autor inglês homenageou suas próprias criações anteriores e onde se despede da dramaturgia, já prevendo sua morte, que aconteceu cinco anos depois, em 1616. 

Essa é a quinta direção de Gabriel Villela para uma peça de Shakespeare - depois de Romeu e Julieta (com o Grupo Galpão), Sonho de Uma Noite de Verão (com a Cia de Dança Palácio das Artes de BH), Macbeth (com Marcello Antony e Claudio Fontana) e Sua Incelença Ricardo III (com o grupo Clowns de Shakespeare).
Foto: Joao Caldas http://www.bheventos.com.br/evento/11-27-2015-exposicao-horizonte-moderno-a-tempestade