Festival de Curitiba abre
venda de ingressos
27ª edição do
Festival traz o "corpo" como tema. Veja nosso guia com dez
espetáculos imperdíveis.
Por
-
20 de Fevereiro de 2018
Os ingressos
para o Festival de Curitiba estão à venda, mas não é tarefa fácil se programar.
Serão mais de 400 atrações entre peças de teatro, musicais, variedades,
debates, palestras e oficinas. Tudo acontece entre os dias 27 de março e 8 de
abril com preços que variam de gratuito a R$ 70,00.
Para esta 27ª
edição, a curadoria do Festival elegeu o corpo como o principal vetor a ser
estudado, visto e debatido. “Corpos, cidades, memória e a contracena na
ocupação de espaços públicos são os temas propostos a partir desta inspiração
para os ecos em Curitiba
de 2018”, diz o texto curatorial assinado por Márcio Abreu e Guilherme Weber.
de 2018”, diz o texto curatorial assinado por Márcio Abreu e Guilherme Weber.
É por isso
que a peça “Domínio Público” promete ser uma das mais comentadas. O espetáculo,
que está sendo gestado especialmente para o evento, conta com a presença no
palco de artistas que causaram convulsões no conservadorismo brasileiro em
2017, tais como o performer Wagner Schwartz,
responsável pela idealização e encenação da performance “La Bête”. Na
apresentação, ele permanecia sem roupas enquanto o público tinha a liberdade de
manipular seu corpo, colocando-o em diversas posições. No entanto, um vídeo que
viralizou nas redes sociais mostrava que uma criança estava presente durante a
apresentação realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), em setembro
de 2017. Essa criança também tocou o corpo de Wagner, o que foi suficiente para
inflar a ira de muitos. Os outros artistas que compõem o elenco de “Domínio
Público” são a atriz travesti Renata Carvalho (ela interpretou Jesus na peça “O
Evangelo Segundo Jesus, a Rainha do Céu”, gerando revolta e até
proibições); Maikon K, artista paranaense que chegou a ser detido
durante uma performance em Brasília (ele passaria quatro horas dentro de uma
bolha, também sem roupas, embora a performance tenha sido interrompida pela
Polícia Militar em menos de 30 minutos); e Elizabeth Finger, a mãe que permitiu
a criança tocar no corpo de Wagner Schawrtz.
Outros
destaques ficam por conta do Grupo Corpo que traz o programa duplo “Dança
Sinfônica + Gira”; da peça “Grande Sertão: Veredas”, com direção de Bia
Lessa; “Denise Stoklos em Extinção”, da própria Denise Stoklos, entre
muitos outros.
A programação
completa e informações sobre ingressos pode ser acessadas no site do
Festival: festivaldecuritiba.com.br
Abaixo
segue um pequeno guia com dez peças que consideramos imperdíveis:
Boca
de Ouro
31 de março e 1 de abril no Teatro Guaíra
R$ 70,00 e R$ 35,00 (meia)
31 de março e 1 de abril no Teatro Guaíra
R$ 70,00 e R$ 35,00 (meia)

Com direção e
cenografia de Gabriel Villela, essa versão da tragédia carioca de Nelson
Rodrigues, de 1959, abre com um cordão típico das gafieiras mais
tradicionais do país. Usando confetes, serpentinas e máscaras, o diretor
cria uma encenação com aura de carnaval, embalada por 14 grandes sucessos que
vão de Dalva de Oliveira, Herivelto Martins, Ary Barroso, Ataulfo Alves,
Lupicínio Rodrigues a João Bosco, entre outros.
Cabaret
Macchina
3 e 4 de abril na Rua da Cidadania Matriz (Praça Rui Barbosa)
Gratuito
3 e 4 de abril na Rua da Cidadania Matriz (Praça Rui Barbosa)
Gratuito

Os artistas
da Casa Selvática, sediada em Curitiba, vão às ruas da cidade em busca dos
restos de um herói. O coletivo exercita assim uma nova possibilidade para o
mundo, um espetáculo máquina desejante. No humor corrosivo de um famigerado
cabaré, o dia-a-dia de vedetes encenando clássicos ocidentais em uma pós-ópera
antiedipiana. Dentro da cidade, personagens canônicas dos escombros de um
teatro de guerra se encontrarão com os fantasmas de uma contemporaneidade que
atira a tudo e a todos no grande vácuo do desuso.
Dança
Sinfônica + Gira
28 e 29 de março no Teatro Guaíra
R$ 70,00 e R$ 35,00 (meia)
28 e 29 de março no Teatro Guaíra
R$ 70,00 e R$ 35,00 (meia)

Grupo Corpo
apresenta um programa duplo no Festival de Teatro de Curitiba: Dança Sinfônica,
obra criada em 2015, por ocasião da comemoração dos 40 anos da companhia e
Gira, sua mais recente criação.
Denise
Stoklos em Extinção
5 e 6 de abril no Guairinha
R$ 70,00 e R$ 35,00 (meia)
5 e 6 de abril no Guairinha
R$ 70,00 e R$ 35,00 (meia)

Espetáculo
solo de Denise Stoklos baseado no livro “Extinção”, do austríaco Thomas
Bernhard, que apresenta uma obra demolidora das ideias sobre valores conservadores
de nossa sociedade, e que a mantém negativa, limitando os espaços de exercício
de liberdade e de amor.
Dinamarca
1 e 2 de abril no Teatro Paiol
R$ 70,00 e R$ 35,00 (meia)
1 e 2 de abril no Teatro Paiol
R$ 70,00 e R$ 35,00 (meia)

É o Hamlet
antropofágico do grupo Magiluth, de Recife. Um reino que acaba de viver um
golpe de estado é o cenário metáfora para a feroz crítica às elites feita pelos
pernambucanos em sua festa selvagem. A onipresença de corpos masculinos remetem
ao comportamento de uma sociedade patriarcal em cenas simbólicas de potente
discurso.
Domínio
Público
29 e 30 de março no Teatro da Reitoria
R$ 70,00 e R$ 35,00 (meia)
29 e 30 de março no Teatro da Reitoria
R$ 70,00 e R$ 35,00 (meia)

Em 2017, os
artistas Maikon K, Renata Carvalho, Wagner Schwartz e Elisabete Finger foram
objeto de acalorados debates em torno da liberdade de expressão, censura e
limites na arte.
Maikon ficou conhecido como “o homem nu da bolha”, Renata, como “a travesti que interpreta Jesus”, Wagner como “o homem nu do MAM” e Elisabete como “a mãe do MAM” (a mãe que permitiu que sua filha tocasse o tornozelo do homem nu). Nesta peça, os quatro se colocam diante do público – sem a intermediação de plataformas digitais, telas de computador ou telefones celulares – com microfones abertos para amplificar o que sabemos sobre aquilo que pensamos.
Maikon ficou conhecido como “o homem nu da bolha”, Renata, como “a travesti que interpreta Jesus”, Wagner como “o homem nu do MAM” e Elisabete como “a mãe do MAM” (a mãe que permitiu que sua filha tocasse o tornozelo do homem nu). Nesta peça, os quatro se colocam diante do público – sem a intermediação de plataformas digitais, telas de computador ou telefones celulares – com microfones abertos para amplificar o que sabemos sobre aquilo que pensamos.
Grande
Sertão: Veredas
7 e 8 de abril (local ainda a confirmar)
R$ 70,00 e R$ 35,00 (meia)
7 e 8 de abril (local ainda a confirmar)
R$ 70,00 e R$ 35,00 (meia)

Bia Lessa
propõe a um só tempo uma peça de teatro e uma instalação em sua adaptação do
livro Grande Sertão: Veredas – matriz do moderno romance brasileiro e obra-prima
de João Guimarães Rosa. A peça traz para o palco a saga do jagunço Riobaldo que
atravessa o sertão para combater seu maior inimigo, Hermógenes, fazer o pacto
com o diabo e viver seu amor por Diadorim. O cenário-instalação estará aberto à
visitação do público.
Preto
4 e 5 de abril no Teatro José Maria Santos
R$ 70,00 e R$ 35,00 (meia)
4 e 5 de abril no Teatro José Maria Santos
R$ 70,00 e R$ 35,00 (meia)

A direção é
de Marcio Abreu, um dos curadores do Festival. O espetáculo se articula a
partir da fala pública de uma mulher negra, uma espécie de conferência sobre
questões que incluem racismo, a realidade do negro e da negra no Brasil hoje, o
afeto e o diálogo, a maneira como lidamos com as diferenças e como cada um se
vê numa sociedade marcada pela desigualdade.
Salomé
28 e 29 de março no Guairinha
R$ 40,00 e R$ 20,00 (meia)
28 e 29 de março no Guairinha
R$ 40,00 e R$ 20,00 (meia)

A dramaturgia
é do escritor underground Fausto Fawcett e a
direção é de Carolina Meinerz. Quando a Lua Gigante estiver próxima demais da Terra
e os sinalizadores inundarem de fumaça os céus será o sinal de que Habemus
Apocalipse! Ventos cheios de sangue varrerão o planeta e as cidades se
transformarão no que sempre foram: Coliseus de luta pela sobrevivência e pelas
rações de afetos. Salomé é a história de alguém que pede a cabeça de outro
alguém numa bandeja de prata. Uma longa música cheia de nuances, um hino
progressivo rock cheio de ataques punk metal de forró pé de serra elétrica hard
core.
The
Machine To Be Another
28 de março a 3 de abril na Cia Brasileira de Teatro
Gratuito
28 de março a 3 de abril na Cia Brasileira de Teatro
Gratuito

Como seria o
mundo se pudéssemos enxergar pelos olhos dos outros? Seria a humanidade mais
empática e tolerante? Essas perguntas norteiam o projeto “A Maquina de Ser
Outro”, que convida o público a se colocar na pele do outro. Nesta instalação
interativa que combina performance, realidade virtual e técnicas de ciências
cognitivas, duas pessoas intercambiam
de corpos podendo mover-se e tocar o espaço em seu redor e, assim, descobrir um pouco mais sobre a perspectiva uma da outra.
de corpos podendo mover-se e tocar o espaço em seu redor e, assim, descobrir um pouco mais sobre a perspectiva uma da outra.
http://porem.net/2018/02/20/festival-de-curitiba-abre-venda-de-ingressos/
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