
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
Titina Medeiros: "Penso que o sucesso de um profissional é fazer o que ele gosta, ama."
Titina Medeiros
Reportagem: Famosidades
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Vindo de uma longa carreira no teatro, a atriz ganhou seu primeiro papel na televisão e disse estar adorando a experiência. “A TV é uma linguagem diferente do teatro e fazer uma novela seria uma oportunidade para eu ampliar minha experiência como atriz. Hoje sei que valeu muito a pena”, contou em conversa exclusiva com o Famosidades.
Considerada a “Maria do Mal”, a artista defendeu sua personagem no folhetim. “Ela arrisca, não tem filtro do certo e do errado, e o 'não' é inexistente em seu vocabulário. A maldade de Socorro é por inconsequência.”
Confira nas próximas páginas a entrevista completa com Titina Medeiros!
FAMOSIDADES - Como surgiu a vontade de ingressar na carreira artística?
TITINA MEDEIROS - Com 12 anos comecei a estudar música na filarmônica de minha cidade, Acari (RN). Sonhava em ser trompetista. Aos 16, já morando em Natal, conheci o teatro através de uma peça portuguesa e me apaixonei. Daí fui atrás de cursos e oficinas e, com 18 anos, fazia parte do Grupo Tambor de Teatro, hoje extinto. De lá para cá participei de outros grupos e trabalhei com muita gente do teatro local. Hoje faço parte do Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare.
Como foi o convite para participar de Cheias de Charme?
Estava com os Clowns de Shakespeare apresentando “Sua Incelença, Ricardo III” no Festival de Curitiba de 2011. Produtores de elenco da TV Globo nos assistiram e nos convidaram para fazer um teste. Numa passagem pelo Rio fizemos o teste. Um mês depois veio o convite para fazer a novela. Os Clowns me apoiaram muito nessa decisão de vir para o Rio. A TV é uma linguagem diferente do teatro e fazer uma novela seria uma oportunidade para eu ampliar minha experiência como atriz. Hoje sei que valeu muito a pena.
É seu primeiro papel na televisão. Você esperava fazer tanto sucesso?
Essa é uma diferença entre TV e teatro. Na TV a proporção e o alcance são maiores que no palco e eu não tinha ideia da dimensão disso. Recebo muito carinho das pessoas nas ruas, é gostoso. Mas acredito que parte desse sucesso se deve à criatividade dos autores, Izabel de Oliveira e Filipe Miguez, e da direção primorosa de Denise Saraceni, Carlos Araújo e toda a equipe. É bonito demais ver uma equipe tão unida, tão empenhada para que tudo dê certo.
Como está sendo o assédio nas ruas?
As pessoas dizem que estão gostando e que acham Socorro louca. Falam: “Olha a maluca do Socorro!”. Alguns pedem para tirar fotos, outros falam que ela é boba por não perceber o quanto Chayene a maltrata. É muito gratificante participar de um projeto onde toda a equipe se destaca, onde as pessoas estão felizes por participar dele. Eu estou muito feliz com essa oportunidade.
Você tem uma carreira sólida no teatro. Como foi entrar na televisão?
Então, eu estou no grupo há quase dez anos. E tanto eu quanto meus companheiros achamos importante sobreviver de teatro na nossa cidade, ser referência lá. A oportunidade surgiu, o grupo me apoiou e eu vim viver essa experiência. Estou adorando! Mas eu nunca saí de lá de Natal.
Como você definiria a Socorro?
Socorro é, antes de qualquer coisa, uma sonhadora, uma deslumbrada com a vida. Ela ama Chayene porque Chay é tudo o que ela queria ser, é talentosa, faz sucesso, é deslumbrante e ainda nasceu na mesma cidade que ela. Ela é ingênua e isso dá muita coragem para ela. Ela arrisca, não tem filtro do certo e do errado e o “não” é inexistente em seu vocabulário. A maldade de Socorro é por inconsequência.
Você acredita que ela seja a 'Maria do Mal' mesmo?
Acho que Socorro é uma personagem difícil de definir. Acho que ela não é do mal, nem do bem. Nem de esquerda, nem de direita. Ela é uma criatura que sonha muito e que faz coisas bizarras e belas para conquistar os sonhos.
Assim como a Socorro, você já teve um grande ídolo?
Não como Socorro é fã de Chayene (risos), mas admiro muitos artistas e tenho um carinho muito especial por Chico Anysio e Giulietta Masina.
A Socorro faz de tudo para conseguir o sucesso. Você acredita que isso vale a pena?
Penso que o sucesso de um profissional é fazer o que ele gosta, ama. Se o reconhecimento vem ou não, é consequência. Por isso eu acho que tem que ter integridade no que faz e fazer com amor. Acho que sucesso é ser feliz onde está, com o que faz... e trabalhar sempre, com muito amor.
No folhetim, você contracenou com Cesar Ferrario, com quem namora na vida real. Como foi a experiência?
Apesar de já trabalhar com César há muitos anos [ele também é integrante dos Clowns de Shakespeare]), foi muito especial para nós dois pisar nesse terreno da TV mantendo nossa parceria. Ele é um grande companheiro de trabalho. Eu o admiro muito como ator e como pessoa.
Está sentindo muita diferença entre TV e palcos?
A TV e o teatro são linguagens diferentes, e isso implica em ajustes na forma de interpretar. Mas acredito que aquilo que se refere ao jogo do ator é preservado em ambas as linguagens. Acreditar na brincadeira e se divertir com ela é fundamental. No começo senti muita dificuldade, ainda sinto, mas percebo que estou começando a jogar melhor com a TV agora.
Atualmente você está em cartaz com a peça “Sua Incelença, Ricardo III”, como está sendo conciliar os dois trabalhos?
Não deu para conciliar os trabalhos porque durante o período da novela os Clowns de Shakespeare circularam por dezenas de cidades do Brasil e fizeram uma temporada em São Paulo no meio da semana. Durante esse período, fui substituída por minha prima, Nara Kelly, que também é atriz. Agora em setembro volto para Natal e montaremos Hamlet com o
diretor Márcio Aurélio do Grupo Razões Inversas, de SP.
Você veio do Rio Grande do Norte. Sentiu muita diferença cultural ao chegar ao Rio de Janeiro?
Diferenças existem, mas não houve surpresas. O carioca é um povo muito agradável, que recebe muito bem. Estou sendo muito bem acolhida e isso me faz sentir uma gratidão muito grande por essa terra.
Você já tem planos para depois que a novela acabar?
Dar sequência aos trabalhos com os Clowns, que são muitos. Montar Hamlet, comemorar em 2013 os 20 anos do grupo com a remontagem de alguns espetáculos e sonhar com a possibilidade de criarmos uma escola de teatro em nossa cidade.

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