22 DE MARÇO DE 2018 / POR TAMIE ONO LOR
Boca de Ouro
Está chegando à peça Boca de Ouro de Gabriel Villela. A montagem que apresenta o bicheiro, personagem icônico do submundo carioca, criado por Nelson Rodrigues faz parte da Mostra 2018 do Festival de Curitiba. O espetáculo terá audiodescrição para deficientes visuais (haverá 50 fones; deve-se chegar meia hora antes, portando RG).
O personagem, interpretado pelo ator Malvino Salvador, é um lendário bicheiro carioca, figura temida e megalomaníaca, que tem esse apelido porque trocou todos os dentes por uma dentadura de ouro e que também é conhecido como Drácula de Madureira. Quando Boca é assassinado seu passado é vasculhado por um repórter. A fonte é dona Guigui, a volúvel ex-amante do contraventor, uma mulher que, ao longo da peça, revela diferentes versões do bicheiro, interpretada por Lavínia Pannunzio.
Os atores Mel Lisboa e Claudio Fontana fazem o casal Celeste e Leleco. Já Leonardo Ventura interpreta o fiel e apaixonado marido de Guigui, Agenor. Chico Carvalho é Caveirinha, o repórter rodrigueano, que carrega em si o olhar afiado e crítico do dramaturgo-jornalista, que durante anos trabalhou em redações e conheceu de perto os vícios e contradições da imprensa. Chico também interpreta a grã-fina Maria Luiza. Cacá Toledo e Guilherme Bueno completam o elenco. Jonatan Harold assume o piano desta gafieira carioca oferecendo a ambiência musical para Mariana Elisabetsky interpretar as canções imortalizadas por Dalva de Oliveira.
Como toda a ação proposta por Nelson Rodrigues parte da mente contraditória de Dona Guigui, as diferentes narrativas da personagem são exploradas pelo encenador de forma muito diversa. A cada versão de Guigui, a arena de Gabriel Villela circula, ressaltando o espaço arquetípico convergente, assim como o salão circular de uma gafieira, ou um ciclo de vida que se encerra.
Dentro das iconografias do subúrbio carioca, Gabriel se utiliza da simbologia do Candomblé e das mascaradas astecas no espetáculo. A casa de Celeste e Leleco traz muitas representações de Orixás sincretizados. A figura de Iansã (Guilherme Bueno) aparece toda vez que uma cena de morte acontece. Iansã faz a contrarregragem das mortes da história. O Brasil cabe todo nesta arena: a política, as narrativas contraditórias, a libido, a festa da gafieira, o jogo do bicho, a fé e a música. Retratos de uma época que nos mostram que o Brasil pouco mudou e, que nosso dramaturgo nascido em Pernambuco em 1912 e radicado no Rio de Janeiro, nunca foi tão atual.
O personagem, interpretado pelo ator Malvino Salvador, é um lendário bicheiro carioca, figura temida e megalomaníaca, que tem esse apelido porque trocou todos os dentes por uma dentadura de ouro e que também é conhecido como Drácula de Madureira. Quando Boca é assassinado seu passado é vasculhado por um repórter. A fonte é dona Guigui, a volúvel ex-amante do contraventor, uma mulher que, ao longo da peça, revela diferentes versões do bicheiro, interpretada por Lavínia Pannunzio.
Os atores Mel Lisboa e Claudio Fontana fazem o casal Celeste e Leleco. Já Leonardo Ventura interpreta o fiel e apaixonado marido de Guigui, Agenor. Chico Carvalho é Caveirinha, o repórter rodrigueano, que carrega em si o olhar afiado e crítico do dramaturgo-jornalista, que durante anos trabalhou em redações e conheceu de perto os vícios e contradições da imprensa. Chico também interpreta a grã-fina Maria Luiza. Cacá Toledo e Guilherme Bueno completam o elenco. Jonatan Harold assume o piano desta gafieira carioca oferecendo a ambiência musical para Mariana Elisabetsky interpretar as canções imortalizadas por Dalva de Oliveira.
Como toda a ação proposta por Nelson Rodrigues parte da mente contraditória de Dona Guigui, as diferentes narrativas da personagem são exploradas pelo encenador de forma muito diversa. A cada versão de Guigui, a arena de Gabriel Villela circula, ressaltando o espaço arquetípico convergente, assim como o salão circular de uma gafieira, ou um ciclo de vida que se encerra.
Dentro das iconografias do subúrbio carioca, Gabriel se utiliza da simbologia do Candomblé e das mascaradas astecas no espetáculo. A casa de Celeste e Leleco traz muitas representações de Orixás sincretizados. A figura de Iansã (Guilherme Bueno) aparece toda vez que uma cena de morte acontece. Iansã faz a contrarregragem das mortes da história. O Brasil cabe todo nesta arena: a política, as narrativas contraditórias, a libido, a festa da gafieira, o jogo do bicho, a fé e a música. Retratos de uma época que nos mostram que o Brasil pouco mudou e, que nosso dramaturgo nascido em Pernambuco em 1912 e radicado no Rio de Janeiro, nunca foi tão atual.
Serviço
Boca de Ouro
Data: 31/03 a 01/04/2018
Horário: Sánado, às 21h e domingo, às 19h
Local: Guairão
Ingresso: R$70 e R$35 (meia)
Boca de Ouro
Data: 31/03 a 01/04/2018
Horário: Sánado, às 21h e domingo, às 19h
Local: Guairão
Ingresso: R$70 e R$35 (meia)
http://www.emcartaz.net/teatro/boca-de-ouro/
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