TEATRO/CRÍTICA
'Boca de Ouro', de Nelson Rodrigues é mítico
Dirigido por Gabriel Vilella, o espetáculo valoriza a teatralidade com tom satírico e clima carnavalesco
Por Fabiano Menna
Por Fabiano Menna
O palco é um salão de gafieira, todo preto, com mesas e cadeiras, onde Boca de Ouro, vivido por Malvino Salvador, (que lembra um ator de teatro kabuki), e muito bem no seu papel, mostra-se que é um lendário bicheiro, megalomaníaco e que tem este apelido por ter trocado seus dentes por uma dentadura de ouro. 'Boca' é um vampiro urbanoide, (que tem como apelido Drácula de Madureira), e que morde a jangular das vítimas, deixando seus dentes dourados manchados de sangue. O espetáculo que tem belos figurinos cheios de detalhes, e cenário assinados por Vilella, começa sombrio, aos poucos vem o dourado barroco, que mistura-se ao claro e o escuro que aparecem nas roupas, até chegar nos coloridos. O palco fica todo cheio de confetes e serpentinas, num clima de carnaval, com músicas imortalizadas por Dalva de Oliveira, cantadas lindamente por Mariana Elisabetsky, instaurando o ambiente da época, assim criando cumplicidade com o público.
A iluminação que desenha a cena é de Wagner Freire, que chama a atenção. O elenco é fantástico e bem homogêneo, com destaque para Chico Carvalho, Lavínia Pannunzio, Mel Lisboa, Leonardo Ventura, Cacá Toledo e Claudio Fontana. Completa-se ao elenco Guilherme Bueno e Jonatan Harold. Dentro das iconografias do subúrbio carioca, o diretor se utiliza ainda da simbologia do Candomblé e das máscaras astecas, numa narrativa nada realista e bastante farsesca.
O espetáculo consegue atingir uma beleza estética incrível, com ressignificação de objetos, onde copos viram telefones e dedais de costura, viram elementos que batidos na mesa ou em taças de vidro viram sons de máquina de escrever. 'Boca de Ouro' fica em cartaz no Teatro Tuca Arena, de sexta a domingo, até 29 de outubro. Boca de Ouro é Brasil! Na foto de João Caldas, Chico Carvalho, Mel Lisboa e Malvino Salvador.
A iluminação que desenha a cena é de Wagner Freire, que chama a atenção. O elenco é fantástico e bem homogêneo, com destaque para Chico Carvalho, Lavínia Pannunzio, Mel Lisboa, Leonardo Ventura, Cacá Toledo e Claudio Fontana. Completa-se ao elenco Guilherme Bueno e Jonatan Harold. Dentro das iconografias do subúrbio carioca, o diretor se utiliza ainda da simbologia do Candomblé e das máscaras astecas, numa narrativa nada realista e bastante farsesca.
O espetáculo consegue atingir uma beleza estética incrível, com ressignificação de objetos, onde copos viram telefones e dedais de costura, viram elementos que batidos na mesa ou em taças de vidro viram sons de máquina de escrever. 'Boca de Ouro' fica em cartaz no Teatro Tuca Arena, de sexta a domingo, até 29 de outubro. Boca de Ouro é Brasil! Na foto de João Caldas, Chico Carvalho, Mel Lisboa e Malvino Salvador.
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