Marcello Antony vive a saga do cavaleiro que defende seu reino em sangrentas batalhas
Teatro
Marcello Antony e drag queens fazem o Macbeth de Villela

23/10/2012 | 00:03 Helena Carnieri
Macbeth, uma das principais tragédias de Shakespeare, nutre o estigma de agourenta entre artistas. Como numa vingança medieval, o diretor Gabriel Villela estreou em maio uma versão que insere até humor patético em algumas cenas, e mexe com o texto clássico de forma a esclarecê-lo ao máximo.
A obra chega ao Teatro Bom Jesus neste fim de semana (veja o serviço completo do espetáculo no Guia Gazeta do Povo).
Divulgação / João Caldas
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Próxima
Cenas de "Macbeth", tragédia escrita por Shakespeare no início do século 17

Serviço
Macbeth
Teatro Bom Jesus (R. 24 de Maio, 135), (41) 2105-4000 . Dias 26 e 27, às 21 horas, e 28, às 19 horas. Ingressos a R$ 50 (dias 26 e 28) e R$ 60 (dia 27).Classificação indicativa: 12 anos.
Destino e livre-arbítrio de mãos dadas
Leia a entrevista com o diretor Gabriel Villela, que traz sua versão de “Macbeth”, ao Teatro Bom
Leia a entrevista completa
FOTOS: Veja mais imagens da montagem de Macbeth
No lugar do hermetismo, que poderia afastar público, Villela optou por uma tradução que considera mais simples, a cargo de Marcos Daud, que elimina o formato de versos.
“Ele faz a história aparecer de forma mais clara. O público se surpreende, entende a trama de forma nítida”, explica o ator Cláudio Fontana, que interpreta Lady Macbeth. Sim, mesmo as mulheres são feitas por atores, como na época do bardo inglês.
Villela aplicou ainda o conceito de distanciamento, pelo qual os atores explicitam o fato de aquilo ser ficção, não realidade, com ajuda de um narrador.
Apesar de haver apenas homens em cena, as vozes saem neutras mesmo quando eles interpretam mulheres – influência da pesquisadora italiana Francesca Della Monica, que canta uma ária da ópera Dido e Enéas para a morte de Lady Macbeth.
Para completar, traz atores conhecidos do público – quem interpreta o protagonista, dividido a princípio e depois sanguinário, é Marcello Antony. “Ver o Gabriel criando... não basta só o universo de Shakespeare, ele tem um universo muito rico, e traduz tudo isso em cena no lado metafórico, simbólico”, disse o ator, que conversou com a Gazeta do Povo. Antes, do rol shakespeariano, ele havia feito apenas As Alegres Comadres de Windsor.
Macbeth conta a história de um general que recebe a profecia de que se tornará rei. Quando outras predições se concretizam, e estimulado pela ambição exacerbada de sua mulher, ele mata o rei atual e é coroado. Para eliminar riscos ao cargo conquistado à força, não hesita em seguir com a carnificina.
As escolhas de encenação prometem, dado o mix de símbolos no palco: antenas representam uma espada, e teares sobrepostos constroem o castelo de Macbeth. Em meio aos fios e tentando utilizá-los para se livrar do destino, ele cumpre a predição das três irmãs, meio bruxas, meio moiras gregas, que precipitaram sua desgraça.
Espécie de ponto chave da peça – uma das principais curiosidades de quem assiste a várias versões do texto é saber como a próxima caracterizará esses seres – elas se tornam drag queens brincalhonas nas mãos de Villela. “Quis pensar como eram esses personagens tão bizarros e trágicos”, afirmou o diretor, em entrevista à reportagem.
Apesar dos traços de humor trazidos à tragédia, ele avisa que essa montagem é mais soturna, silenciosa, do que fez em Sua Incelença Ricardo III – que estreou ano passado no Festival de Curitiba e se prepara agora para uma turnê na Espanha.
http://www.jornaldelondrina.com.br/divirtase/conteudo.phtml?tl=1&id=1310401&tit=Marcelo-Antony-e-drag-queens-fazem-o-Macbeth-de-Villela
Marcello Antony e drag queens fazem o Macbeth de Villela
23/10/2012 | 00:03 Helena Carnieri
Macbeth, uma das principais tragédias de Shakespeare, nutre o estigma de agourenta entre artistas. Como numa vingança medieval, o diretor Gabriel Villela estreou em maio uma versão que insere até humor patético em algumas cenas, e mexe com o texto clássico de forma a esclarecê-lo ao máximo.
A obra chega ao Teatro Bom Jesus neste fim de semana (veja o serviço completo do espetáculo no Guia Gazeta do Povo).
Divulgação / João Caldas
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Cenas de "Macbeth", tragédia escrita por Shakespeare no início do século 17
Serviço
Macbeth
Teatro Bom Jesus (R. 24 de Maio, 135), (41) 2105-4000 . Dias 26 e 27, às 21 horas, e 28, às 19 horas. Ingressos a R$ 50 (dias 26 e 28) e R$ 60 (dia 27).Classificação indicativa: 12 anos.
Destino e livre-arbítrio de mãos dadas
Leia a entrevista com o diretor Gabriel Villela, que traz sua versão de “Macbeth”, ao Teatro Bom
Leia a entrevista completa
FOTOS: Veja mais imagens da montagem de Macbeth
No lugar do hermetismo, que poderia afastar público, Villela optou por uma tradução que considera mais simples, a cargo de Marcos Daud, que elimina o formato de versos.
“Ele faz a história aparecer de forma mais clara. O público se surpreende, entende a trama de forma nítida”, explica o ator Cláudio Fontana, que interpreta Lady Macbeth. Sim, mesmo as mulheres são feitas por atores, como na época do bardo inglês.
Villela aplicou ainda o conceito de distanciamento, pelo qual os atores explicitam o fato de aquilo ser ficção, não realidade, com ajuda de um narrador.
Apesar de haver apenas homens em cena, as vozes saem neutras mesmo quando eles interpretam mulheres – influência da pesquisadora italiana Francesca Della Monica, que canta uma ária da ópera Dido e Enéas para a morte de Lady Macbeth.
Para completar, traz atores conhecidos do público – quem interpreta o protagonista, dividido a princípio e depois sanguinário, é Marcello Antony. “Ver o Gabriel criando... não basta só o universo de Shakespeare, ele tem um universo muito rico, e traduz tudo isso em cena no lado metafórico, simbólico”, disse o ator, que conversou com a Gazeta do Povo. Antes, do rol shakespeariano, ele havia feito apenas As Alegres Comadres de Windsor.
Macbeth conta a história de um general que recebe a profecia de que se tornará rei. Quando outras predições se concretizam, e estimulado pela ambição exacerbada de sua mulher, ele mata o rei atual e é coroado. Para eliminar riscos ao cargo conquistado à força, não hesita em seguir com a carnificina.
As escolhas de encenação prometem, dado o mix de símbolos no palco: antenas representam uma espada, e teares sobrepostos constroem o castelo de Macbeth. Em meio aos fios e tentando utilizá-los para se livrar do destino, ele cumpre a predição das três irmãs, meio bruxas, meio moiras gregas, que precipitaram sua desgraça.
Espécie de ponto chave da peça – uma das principais curiosidades de quem assiste a várias versões do texto é saber como a próxima caracterizará esses seres – elas se tornam drag queens brincalhonas nas mãos de Villela. “Quis pensar como eram esses personagens tão bizarros e trágicos”, afirmou o diretor, em entrevista à reportagem.
Apesar dos traços de humor trazidos à tragédia, ele avisa que essa montagem é mais soturna, silenciosa, do que fez em Sua Incelença Ricardo III – que estreou ano passado no Festival de Curitiba e se prepara agora para uma turnê na Espanha.
http://www.jornaldelondrina.com.br/divirtase/conteudo.phtml?id=1310401
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