segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

http://www.seculodiario.com.br/exibir.php?id=1373 De norte a sul, o Brasil se mostra nas ruas de Vitória Peças de rua do Sul, Sudeste e Nordeste são destaque no Festival Nacional de Teatro Lívia Corbellari 12/10/2012 13:28 - Atualizado em 17/10/2012 13:19 Sem paredes e sem cadeiras, os espetáculos de rua exigem uma interpretação e uma produção bem diferentes das peças em teatros. “Em um espaço fechado, você tem um pouco mais de controle e na rua é difícil chamar a atenção para o foco, porque é sempre um lugar com muitas intervenções”, diz Leonardo Rocha, ator do Grupo Maria Cutia (MG). Neste ano o Festival Nacional de Teatro de Vitória selecionou seis companhias para representar o gênero. Carlos Ola, que dirige o espetáculo A Saga Amorosa dos Amantes Píramo e Tisbe (foto acima), da companhia capixaba Gota, Pó e Poeira, conta que os atores têm um trabalho maior com a linguagem corporal e com a voz para poderem se destacar ao ar livre. “E por tudo isso, torna-se um grande desafio, sendo muito prazeroso para o elenco, porque se convive com o imprevisível”, completa o diretor. Fragmento de Sonho de Uma Noite de Verão, de William Shakespeare, A Saga Amorosa..., conta a história de uma companhia de teatro que entretém o rei com uma peça sobre um amor impossível. “A história é vivida por uma companhia bem desastrada e engraçada. Fazemos teatro dentro do próprio teatro”, explica Carlos. O texto é uma sátira à obra mais conhecida do próprio autor, Romeu e Julieta, e o espetáculo será apresentado na terça-feira (16), na Praça Costa Pereira. A Cia Gota, Pó e Poeira é conhecida por interagir com o público e desta vez um dos personagens será tirado da plateia e fará parte da história. No mesmo dia, no Centro Cultural Carmélia, haverá outra adaptação da obra de Shakespeare para o teatro de rua. O Grupo Galpão irá interpretar o premiado espetáculo Romeu e Julieta (fotos ao lado e capa), que completa 20 anos este ano. A versão do grupo mineiro transporta a tragédia dos dois jovens apaixonados para o sertão mineiro evocado pelo cenário, nos adereços, na música e na figura do narrador, que utiliza uma linguagem inspirada em Guimarães Rosa. “É sempre um desafio e uma grande emoção fazerRomeu e Julieta, além de muito regenerador em termos artísticos”, diz Eduardo Moreira, ator e um dos fundadores do Galpão. Para ele, Shakespeare e o universo do sertão são duas linhas artísticas que casam muito bem. “A peça fala muito de uma cosmologia, de uma relação íntima com a natureza, com as forças do universo. Isso, claro, traz uma aproximação com oGrande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa”, explica. Além de intérprete do Romeu, Eduardo Moreira vem a Vitória como diretor da peça Como a Gente Gosta (foto abaixo). O espetáculo será apresentado na sexta-feira (19), na Praça Dom João Batista, na Ilha das Caieiras, e no sábado (20), na Fafi. Livremente inspirado em As You Like It, de William Shakespeare, a peça é uma comédia-musical sobre uma série de desencontros e triângulos amorosos. A montagem foi pensada para a rua, como é costume do grupo, e para isso Eduardo Moreira adaptou a história para os tempos atuais. “A intenção do Eduardo não foi transformar a dramaturgia em algo superficial, mas sim em algo que alcançasse um grande quinhão de espectadores para o entendimento do enredo sem lesar a obra do bardo inglês”, explica Leonardo. Sobre o trabalho junto com o veterano do Teatro Galpão, Leonardo conta que foi uma troca de experiências muito positiva, “para nós, além dos ensinamentos de cena, ele também foi um orientador sobre o pensamento sobre a arte que escolhemos fazer”, diz. A Maria Cutia também trabalha com música, que tem um papel dramático fundamental na montagem. Por isso, Todas as músicas do espetáculo são autorais e executadas ao vivo pelos atores. Outro grupo de teatro de rua que trabalha com temas populares e com música ao vivo é o Ser Tão Teatro (PB). Eles trazem o espetáculo A Flor de Macambira (foto abaixo), uma adaptação do clássico de Joaquim Cardozo, O Coronel de Macambira (1963), dirigida por Christina Streva. A peça que utiliza elementos do folclore nordestino será encenada na quinta (18) e na sexta-feira (19), sempre no Centro Cultural Carmélia. A história é sobre uma jovem que sucumbe aos vícios e tentações mundanas e, para salvar a si e a seu amado, mergulha nas profundezas de sua alma. “Ao mesmo tempo em que a peça tem uma história simples, ela também é uma metáfora para o autoconhecimento. Quando a personagem mergulha em sua alma, ela realmente embarca em uma viagem surreal que irá revelar suas inquietações e desejos mais íntimos”, explica a diretora. Seguindo a estética do teatro popular, o Grupo Povo da Rua (RS) apresenta o espetáculo A Caravana da Ilusão (foto abaixo). A peça narra a saga de uma trupe de circo desestruturada depois da morte do líder e os artistas pensam em deixar o grupo e seguir seus próprio caminhos. O texto é de Alcione Araújo e a atriz Alessandra Carvalho conta que a companhia o escolheu pelo fato de ter vivido um momento parecido. A referência usada para montar a peça foram obras de arte, “o texto foi inspirado nas pinturas do Pablo Picasso, que por sua vez eram da série Saltimbancos. O pintor traduziu a sensação das trupes em meio à guerra civil espanhola”, explica. A Caravana da Ilusão será apresentada neste sábado (13) na Quadra da Atlântica Ville, em Jardim Camburi, e na segunda-feira (15), na Praça Costa Pereira. A Cia Cearense de Teatro Brincante vem com o espetáculo de rua que conta a lenda da mula-sem-cabeça em A Comédia da Maldição. A peça foi escrita em versos populares e tem o objetivo de difundir os valores do folclore e da cultura nordestina utilizando-se da estética dramática sertaneja. O espetáculo poderá ser conferido na quarta-feira (17), na Praça Costa Pereira, e no sábado (20), no Espaço Multiuso Circuito Cultural (Rodovia Serafim Derenzi, Redenção). http://www.seculodiario.com.br/exibir.php?id=1373

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