segunda-feira, 17 de junho de 2013

distributed by noodls on 06/06/2013 19:50 0 0 0 Publicado em 06/06/2013 18:19:41 O Grupo Galpão leva neste final de semana sua nova peça, "Os Gigantes da Montanha" para um espaço especial da cidade. Depois da estreia na Praça do Papa no último final de semana e levar cerca de 5 mil pessoas em cada dia de apresentação, a trupe chega ao Parque Ecológico da Pampulha (avenida Otacílio Negrão de Lima, 6.061, Pampulha), que irá transformar em uma vila cheia de mistérios e encantamentos no sábado, dia 8, e no domingo, dia 9, às 18h. Com texto do autor italiano Luigi Pirandello, a montagem celebra o retorno da parceria com Gabriel Villela, que dirigiu o grupo em "Romeu e Julieta" e "Rua da Amargura", espetáculos históricos levados pela primeira vez ao grande público nos anos 1990. O acesso é gratuito e tem classificação livre. A fábula narra a chegada de uma companhia teatral decadente a uma vila isolada do mundo, marcada por encantos e governada pelo mago Cotrone. A trupe de mambembes encontra-se em profundo declínio e miséria, por obsessão de sua primeira atriz, a condessa Ilse, em montar "A Fábula do Filho Trocado". Convencido a dar vida ao espetáculo, Cotrone se propõe a criar fantasmas, que completam o elenco do espetáculo. Em troca, ele pede aos atores que permaneçam para sempre na vila, representando a peça apenas para eles mesmos. A proposta causa insatisfação em Ilse, defensora do discurso de que uma obra deve viver entre os homens, sendo representada para o grande público. A esperança surge com os gigantes da montanha, povo que vive próximo do lugarejo, caracterizados pelo desprezo da poesia e a arte. Uma curiosidade sobre o texto do "Os Gigantes da Montanha" é que ele não chegou a ser concluído. A obra possuía apenas dois atos, quando Pirandello morreu, vítima de pneumonia. Em seu leito de morte, o autor relatou ao filho um possível final, que aparece indicado como sugestão para o último ato. É justamente nesse ponto que surge o fascínio do Galpão em realizar este espetáculo. Para o grupo, essa incompletude atribui característica de obra aberta, possibilitando múltiplas leituras e interpretações. O texto foi escolhido pelo diretor Gabriel Villela e marca seu reencontro com o grupo. O último trabalho deles foi feito há 19 anos, com o também espetáculo de rua "A Rua da Amargura". Outro aspecto interessante é que nesta nova montagem há uma contundente discussão sobre o possível lugar da arte e da poesia em um mundo dominado pelo pragmatismo e pela técnica. A peça também levanta questionamentos com relação ao fazer teatral e seus elementos cênicos, popularizando o vasto conhecimento do autor italiano. Música, Cenário e Figurino "Os Gigantes da Montanha" convida o público para um mergulho teatral que funde e sintetiza o brasileiro com o universal, o erudito com o popular, a tradição com a vanguarda. Para compor o repertório da peça, por exemplo, foram selecionadas algumas árias e canções italianas populares e modernas. "Ciao Amore" e "Bella Ciao" se misturam com a estética das serestas mineiras, adquirindo novos arranjos para ambientar a atmosfera onírica do espetáculo. Toda essa alquimia também fica claramente representada nos figurinos e no cenário do espetáculo. Os adereços e as roupas utilizadas pelos atores carregam detalhes e referências do teatro popular, com tecidos trazidos da Ásia, do Peru e de vários cantos do Brasil. O cenário, construído por madeira feita de demolição, traz 12 mesas robustas, objetos, armários e cadeiras que se movimentam para elevar a encenação e caracterizar a atmosfera de sonho da fábula. Sobre Pirandello http://www.noodls.com/view/96EC242F293F5F3F6ED1E7160E46B1C17324C367 Nasceu em Agrigento (Sicília), em 1867. E apesar de obras que lhe conferem os títulos de poeta, romancista e contista, foi como teatrólogo que o autor ganhou êxito. Das peças mais conhecidas estão "Henrique IV" e "Seis Personagens à Procura de Um Autor", que abordam a natureza da loucura e da identidade. Em 1934, o escritor ganhou o Prêmio Nobel de Literatura, por sua audaz renovação e questionamentos sobre a arte cênica e dramática. Com pinceladas de realidade à ficção, Pirandello explorava em sua obra a tradição elisabetana da "peça dentro da peça", ou seja o teatro falando dele próprio, como temas referentes aos bastidores da maquinaria cênica. Em 1936, o autor morreu vítima de uma forte pneumonia. - See more at: http://www.noodls.com/view/96EC242F293F5F3F6ED1E7160E46B1C17324C367#sthash.SPRk9WYL.dpuf

Nenhum comentário:

Postar um comentário