domingo, 12 de agosto de 2012
Sua incelença, Gabriel
Já disse aqui que uma das grandes aquisições de minha vida, nos últimos anos, foi a amizade de Gabriel Villela. Conheci-o por intermédio de Dib Carneiro Neto, que montou ‘Salmo 91′, a peça que meu amigo adaptou do livro ‘Estação Carandiru’, de Drauzio Varela. Gabriel é homem de cultura, um erudito que consegue falar de tetro, literatura e cinema, além de vida, com uma propriedade que algumas pessoas, inclusive e principalmente no meio jornalístico, acham que possuem, mas não tem (e deveriam se tocar disso). Respeito muito o Gabriel, independentemente de gostar mais ou menos dessa ou daquela montagem. Ele virou um farol na minha vida como já foram Jefferson Barros e José Onofre, no passado (e ambos os meus amigos estão mortos, agora). Por isso mesmo, lavro meu protesto. Não sei se as pessoas se deram conta – as da área, com certeza, não -, mas Gabriel deve ser o único diretor na história do teatro brasileiro e, talvez, mundial, que, a partir de hoje, terá três montagens de Shakespeare em cartaz numa mesma cidade, e estou falando de São Paulo. ’Ricardo III’ e ‘Romeu e Julieta’, na Mostra Sesc de Artes, vêm se somar a ‘Macbeth’, em cartaz no Teatro Vivo. Entendo que algumas pessoas possam não ter gostado de ‘Macbeth’, mas a interpretação de Cláudio Fontana como lady, com aqueles véus que dão ritmo ao movimento (e ao próprio espétáculo) é um trabalho de composição que me parece extraordinário e só tem paralelo na (H)écuba de Walderez de Barros em outra montagem do próprio Gabriel. Shakespeare barroco não é nenhuma invenção, mas o diálogo com o teatro japonês é muito interessante, e bastante mineiro, como o diretor, vide o casamento, aparentemente díspar, na capela do Ó, que todo mundo deveria visitar pelo menos uma vez na vida. Walderez, voltando a ela, ainda não ganhou nenhum prêmio de interpretação, gente maluca, não? Tudo bem, discutam o ‘Macbeth’, do qual gostei mais na segunda vez que o vi. mas ’Sua Encelença, Ricardo III’, com os Clowns de Shakespeare, que vi em Natal e Santiago, ovacionado por diferentes plateias (de diferentes culturas) é magnífico e o ‘Romeu e Julieta’, que ainda não vi, foi sancionado no próprio Globe, na Inglaterra. Dib estava lá, em maio, e contou que foi emocionante – Gabriel já montara a peça no local, no passado, com outro elenco do Grupo Galpão. Uma conversa sobre todos esses Shakespeares, no plural, feitos com diferentes grupos (um de bonecos!), me parece que seria bem interessante. Acho.
http://blogs.estadao.com.br/luiz-carlos-merten/sua-encelenca-gabriel/
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28.julho.2012 08:54:37
‘Mais’ tu tá queimando…!
Imagino que vários de vocês tenham percebido o equívoco, mas só Ezequiel, que eu tenha visto, postou um comentário fazendo a correção. A chacina do Batman ocorreu em Aurora, Colorado, e não em Alberta, que fica no Canadá. Havia percebido e me preparava para fazer a corereção, mas ao abrir minha caixa de e-mails, ainda há pouco, o primeiro e-mail (os comentários me entram como e-mails) era o dele. Vou terminar me desviando do assunto, mas Alberta era um dos cenários de ‘Lendas de Outono’, que virou filme de Edward Zwick, ‘Lendas da Paixão’ (ao estrear no Brasil). É um dos filmes mais belos que já vi – estou falando de fotografia, e de cores -, e o jovem Brad Pitt é um assombro. O curioso é que me deu um branco na hora em que fui redigir a abertura de ontem do ‘Batman’, no ‘Caderno 2′, e fui à coleção do ‘Estado’ para checar a cidade em que o Curinga da realidade fez sua matança. Cheguei a anotar o nome, e escrevi no texto Alberta. Salvou-me a Lili, Eliana Souza, quando foi reler o texto. Não estou nem pedindo desculpas (mas estou pedindo desculpas, sim). Erro muito, mas por algum mecanismo mental que não consigo explicar, erro mais quando faço algum tipo de pesquisa. Escrevi outro dia, num post sobre teatro, que ‘Mário’ Ricca é o Boca de Ouro do projeto ‘Nelson Rodrigues, 100 anos’. Mário Ricca! Sorry, Marco – e, a propósito, ele vai fazer o próximo filme de Lina Chamie, também com Alice Braga – e teremos de novo a dupla, aliás o trio, de ‘A Via Láctea’. Em outro erro clamoroso, querendo destacar cenas que adoro de ‘Sua Incelença, Ricardo 3.º’, e é Incelença, com I, não Encelença, induzi o leitor a acreditar que os Clowns de Shakespeare é um grupo de bonecos. Ó céus! Mas tu tá queimando óleo, Merten! Desculpas aceitas (espero), vamos em frente. Vou reiterar o convite feito ontem. Espero que nos reencontremos, à tarde, no ‘Romeu e Julieta’ de Gabriel Villela. A trilha de ‘Ricardo 3.º’ é um assombro – as trilhas de Gabriel sempre são maravilhosas -, mas no Sesc Belezinho, antes do início do espetáculo dos Clowns, ele me disse para aguardar as músicas de ‘Romeu e Julieta’. Se o próprio Gabriel promete algo especial, lá vou eu de ouvidos bem abertos.
http://blogs.estadao.com.br/luiz-carlos-merten/mais-tu-ta-queimando/
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