sábado, 25 de maio de 2013

22/05/2013 10:44 - Atualizado em 22/05/2013 10:44 Grupo Galpão estreia "Os Gigantes da Montanha" sob a direção de Gabriel Villela Miguel Anunciação - Hoje em Dia Tweetar Guto Muniz/Divulgação Grupo Galpão estreia "Os Gigantes da Montanha" sob a direção de Gabriel Villela Como em todos os trabalhos do Galpão, cenografia e figurino recebem tratamento cuidadoso Seria especialmente confortável trabalhar com Gabriel Villela: além da alquimia complexa que ele instauraria em volta dos atores, para materializar o imaginário que o espetáculo requisita, seus trabalhos fluiriam. E assim, ficariam prontos bem antes dos prazos previstos. É o que acontece (de novo) com "Os Gigantes da Montanha", nova realização do Galpão, que estaria a caráter há mais de uma semana. Embora a estreia oficial aconteça nesta próxima quinta-feira (30), primeira das quatro datas que o grupo cumpre na Praça do Papa até 2/6. Cumprirá mais duas na semana seguinte, no Parque Ecológico da Pampulha, dias 8 e 9/6. Todas terão acesso grátis. Responsável por duas obras primas do repertório do Galpão, "Romeu e Julieta" e "A Rua da Amargura", Gabriel agrega a este colaboradores de outros trabalhos: além de Babaya (preparação vocal e texto), Ernani Maletta (arranjos, direção e preparação musical) e Wladimir Medeiros (luz), parceiros de longa estrada do grupo, juntou os colaboradores que o diretor encontrou em Natal, onde dirigiu o "Ricardo 3º" do grupo Clowns de Shakespeare. E profissionais daqui e de fora (Francesca della Monica, Beti Rabetti, Ivan Andrade, Marcelo Cordeiro), mistura que fermenta toda beleza que as fotos de Guto Muniz antecipam. Eleito entre cinco alternativas, o texto da peça é o último assinado pelo escritor italiano Luigi Pirandello (1867/1936), prêmio Nobel de Literatura de 1934. Escrito (pouco antes de morrer) em linguagem surreal, não linear, não realista, seu enredo enfatizaria a vitória da arte, da poesia, sobre a morte. E quase que obrigaria o leitor do texto, o espectador do espetáculo "a tomar um chá de cogumelo" para acompanhá-los. Em dois atos e duração de1h20,o espetáculo descreve a visita de uma trupe teatral decadente, encabeçada por uma atriz e condessa, a uma vila governada por um mago. A trupe vem exibir "A Fábula do Filho Trocado"... um texto que o próprio Luigi Pirandello escreveu. Francesca della Monica: o trabalho da voz em cena Há quatro anos, Francesca della Monica participou de outra montagem de "Os Gigantes da Montanha" na Itália. Porém, acredita nunca haver encontrado condições mais favoráveis à criação desta obra como aqui. A mesma qualidade dos profissionais envolvidos, o preparo e a inteligência dos atores. Este não é um aval qualquer: italiana, colaboradora frequente do núcleo teatral de Pontedera, Itália, onde Grotowski esteve abrigado até falecer, Francesca é uma respeitada autoridade em todo o mundo no que concerne à voz em cena. Parceira de Gabriel Villela em outros trabalhos, foi trazida a colaborar neste sobretudo por ser um trabalho para a rua (e palco também), circunstância à qual sua pesquisa teria muito a contribuir. Entre outros pressupostos, a "espacialidade da voz", a "antropologia da voz", sua pesquisa, auxilia na compreensão de que a presença física, a voz plena, comunicativa, não carece extrapolar. Recorrer ao grito como recurso de superação dos bloqueios que os condicionamentos sociais submeteriam os canais da expressão humana. Desde que todos os homens "começam a andar e a falar". Outra virtude fundamental desta montagem local de Pirandello (autor só esparsamente montado no país, atualmente), seria o apuro de linguagem alcançado, a substância dos grandes mitos que ela acomoda. E a "escolha maravilhosa das músicas" da trilha sonora, uma mescla de canções populares italianas e brasileiras. De poderoso fundo mitológico, como só as canções populares teriam. Qualidade que, diz Francesca, o escritor Marcel Proust afirmou que a música erudita nunca conseguiria ter. Nas ruas – como na Grécia antiga Antes da Praça do Papa, onde o Galpão já exibiu uma porção de espetáculos, este mais recente já obteve resposta positiva. Cumpriu sete sessões para estudantes do Plug Minas, no Horto, e surtiu aprovação. Previsto para estar bem mais vezes na rua que nos palcos (na proporção de 3 por 1), "Os Gigantes da Montanha" tem agenda movimentada após as sete apresentações em BH: irá ao Rio, São Paulo e Goiânia no segundo semestre, e aos festivais de Ouro Branco, Ouro Preto, Itabira, São João del-Rei, São José do Rio Preto/SP, Guaramiranga/CE e Garanhuns/PE. Segundo Gabriel, o espetáculo praticaria "uma mentira" ao subir a um palco. Foi feito para estar nas ruas e dimensionar o homem à natureza. Como era na Grécia antiga e como ocorre nesta peça de Pirandello. http://www.hojeemdia.com.br/pop/grupo-galp-o-estreia-os-gigantes-da-montanha-sob-a-direc-o-de-gabriel-villela-1.126335 Tags: Grupo Galpão | estreia | Os Gigantes da Montanha | Gabriel Villela | Praça do Papa | Teatro e Dança | Pop

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