
sábado, 25 de maio de 2013
De volta à rua
Com obra de vencedor do nobel, Grupo Galpão e Gabriel Villela retomam parceria
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Grupo Galpão Os gigantes do asfalto
Maturidade. A preparação vocal deu aos atores um novo jeito de tratar a palavra
PUBLICADO EM 25/05/13 - 3h0
Jessica Almeida
O espetáculo que marca o reencontro entre Grupo Galpão e Gabriel Villela é também um convite para que o espectador “tome um chá de cogumelo”. A expressão é uma brincadeira que o próprio diretor faz para explicar como o texto de “Os Gigantes da Montanha”, do italiano Luigi Pirandello (1887-1936), é não-linear e vai contra os princípios do realismo e do naturalismo. Passados quase 20 anos de sua última parceria formal, companhia e diretor retornam à praça do Papa e apresentam aos belo-horizontinos, de quinta (30) a domingo (2), seu mais novo trabalho.
Deixada inconclusa por Pirandello, que morreu de uma forte pneumonia antes de finalizá-la, a peça acabou sendo uma oportunidade para que a equipe desenvolvesse uma forma de colori-la a seu próprio modo. Tomando como ponto de partida a chegada de uma companhia de teatro decadente a uma ilha cheia de mistérios e governada por um mago, são trazidas à cena discussões sobre o valor do teatro, em sua dimensão artística e poética, num mundo tomado pelo pragmatismo.
A música é um elemento fundamental para trazer para a rua e tornar o verso erudito de Pirandello popular. Cantadas e tocadas pelos próprios atores, canções italianas receberam arranjos novos, e ajudam a criar o ambiente onírico do espetáculo. Assim como o cenário, feito em madeira de demolição, e os figurinos, concebidos especialmente para apresentações à noite.
Parcerias
O desenvolvimento do projeto contou ainda com mais alguns convidados. Entre eles, a performer e musicista italiana Francesca Dell Monica, que orientou os atores numa pesquisa sobre antropologia da voz. “Quando aprendemos a falar e a andar, entramos no mundo das convenções e aí começamos a nos reprimir. O trabalho da Francesca é justamente esse: ativar memórias corporais quebrando esses bloqueios que vamos acumulando ao longo da vida, para ampliar a capacidade de expressão e chegar ao outro com mais presença”, explica o preparador musical Ernani Maletta.
Para complementar o elenco, os atores-cantores Regina Souza e Luiz Rocha também vieram somar-se ao grupo. Integrante da banda Todos os Caetanos do Mundo, Luiz encontrou, no convite, uma motivação. “Eu estava a ponto de desistir de ser ator e me dedicar só à música, quando recebi o convite do Galpão e posso dizer que trabalhar com eles deu novo fôlego à minha carreira”, conta.
Cronograma Cumprido
Aquele estresse dos momentos finais, tão comum quando a data de algum evento importante se aproxima e as coisas ainda não estão no seu lugar, passou longe dos portões da companhia. Com tudo pronto um mês antes da estreia e até um número razoável de ensaios abertos realizados (foram sete, na sede do Plug Minas, centro de formação de jovens, do Governo de Minas), os últimos dias ficam apenas por conta de arremates.
A equipe dá os créditos ao diretor Gabriel Villela. “Na peça, tem um personagem que é o Mago Cotrone. Nós gostamos de brincar que ele é o ‘Gabrione’, por conta da sua capacidade de harmonizar tantos elementos. Ele é um grande mago”, brinca a atriz Inês Peixoto. O diretor, por sua vez, devolve o elogio a eles. “Há muito planejamento, envolvimento e muito conhecimento técnico e teórico da parte de todos os envolvidos”.
Grupo Galpão
Os Gigantes da Montanha, com direção de Gabriel Villela
Praça do Papa (Mangabeiras). Dias 30 (quinta) a 1º (sábado), às 20h e 2 (domingo), às 19h. Entrada franca

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