
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
Festival Literário da Pipa lança programação
Cooperativa Cultural da UFRN terá estande no evento
Escrito em 27 de Setembro de 2012 em Variedade
A organização do 4º Festival Literário da Pipa - Flipipa - fez o lançamento oficial do evento nesta quarta-feira (26), às 10h, no auditório da InterTv Cabugi. O Flipipa está marcado para acontecer de 22 a 24 de novembro, na praia da Pipa.
O Festival antecipou alguns nomes. São eles: Os autores Tatiana Salem Levy, João Paulo Cuenca, Luís Fernando Veríssimo e Reinaldo Moraes, o poeta Antônio Cícero e o biógrafo Bené Fonteles, que além do debate também lançará a biografia de Luiz Gonzaga ("O Rei do Baião"). Outros nomes serão divulgados na página www.flipipa.org
A mudança de endereço é novidade. O novo terreno que abrigará o festival é em frente ao Bodega da Praça, na av. Baía dos Golfinhos. O local terá estacionamento próprio. A tenda e cenários ganham concepção do artista Carlos Sérgio Borges, inspirados em pinturas com temáticas praianas de Newton Navarro.
Sebo Vermelho e livraria da Cooperativa da UFRN também terão estandes, assim como a BiblioSesc e Cozinha Brasil. No twitter oficial do evento, foi anunciado o espetáculo "Sua Incelença, Ricardo III" para abrir o sábado. O premiado espetáculo dos Clowns de Shakespeare integra a programação paralela organizada pelo Sesc-RN.
Fonte: Tribuna do Norte
Notícias relacionadas

http://mirada.sescsp.org.br/video-de-uma-catarse-teatral-em-um-dos-menores-palcos-do-mundo/#.UOMjvuTBGik
Vídeo de uma catarse teatral em um dos menores palcos do mundo
O mais famoso espetáculo do grupo mineiro Galpão completa 20 anos em cartaz e será um dos destaques do MIRADA, com apresentação no dia 08 de setembro, sábado, às 16h, no Emissário Submarino, com entrada gratuita.
“Romeu e Julieta”, de William Shakespeare, ganha aqui contornos de literatura de cordel após o encenador Gabriel Villela aproximar o mito do amor proibido para a cultura popular brasileira.
Concebida para grandes plateias, a montagem utiliza um dos menores palcos do mundo: uma Veraneio de 1974, de cor vinho, batizada de Esmeralda – com a qual a companhia “mambembeou” por diversas estradas Brasil afora.
Assista, neste post, ao vídeo gravado pela equipe da produtora de cinema Olhar Periférico – com produção da Coordenação de Audiovisual do SESC – durante apresentação no Parque da Juventude, no dia 28 de julho de 2012, organizada pelo SESC Santana, em São Paulo.
http://mirada.sescsp.org.br/video-de-uma-catarse-teatral-em-um-dos-menores-palcos-do-mundo/#.UOMjvuTBGik
Mas este não será o único espetáculo do Galpão a ser apresentado no MIRADA. O grupo, que completa 30 anos de existência, se reinventa no espetáculo “Eclipse”, que tem treinamento, dramaturgia, cenografia, figurinos e direção do russo radicado na Alemanha Jurij Alschitz. Uma livre adaptação da obra do autor russo Anton Tchékhov (1860-1904) - à qual os atores do Galpão vêm revisitando desde “Tio Vânia”, a nova montagem estreia no estado de São Paulo dentro do MIRADA, com duas apresentações: dias 05 e 06 de setembro, às 21h, no Teatro do SESC Santos.

CRÔNICA
Cartas de Londres: A grandeza de Shakespeare e o sucesso do Galpão
Hoje me lembrei dos bons tempos de Maristão, como é conhecido o Colégio Marista de Brasília – 2º grau.
Foi uma época muito feliz da minha vida, na qual fui desafiada como estudante, abençoada com amizades verdadeiras... e presenteada com o texto primoroso de ninguém menos do que Shakespeare.
A descoberta de Macbeth e Rei Lear não foi na sala de aula, infelizmente. Não sei como andam as coisas hoje em dia, mas naquela época não havia muito espaço para os grandes clássicos da literatura mundial no currículo das escolas brasileiras.
Uma perda enorme para os alunos, e também grande injustiça para com os tradutores, que se dedicam a prestigiar a língua portuguesa com obras tão importantes e complexas.
A verdade é que fui conhecer Shakespeare no teatro. Nas aulas de teatro, quero dizer. Esses encontros me marcaram tanto que até hoje, podem acreditar, consigo me lembrar de algumas falas de Iago, personagem que interpretei na nossa montagem de Otelo, em 1996...
Naquela época, sem a facilidade trazida pela tecnologia, nem passava pela minha cabeça que existia, na Inglaterra, uma companhia de teatro totalmente dedicada a Shakespeare.
Trata-se da Royal Shakespeare Company, que no ano passado comemorou meio século de vida. A trajetória de sucesso da RSC deve-se ao trabalho duro de 700 pessoas, que apresentam, em média, 20 peças do gênio de Stratford por ano.
No último Festival Mundial de Shakespeare, entre as quase 40 companhias de teatro convidadas pela RSC estava o Grupo Galpão, de Belo Horizonte.
A montagem brasileira de Romeu e Julieta foi aplaudida de pé por uma plateia emocionada. A adaptação, que mistura elementos circenses com tradições brasileiras, já foi apresentada em 18 países.
Um êxito digno de Shakespeare, que honra o Brasil e engrandece o teatro brasileiro.
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2012/07/23/cartas-de-londres-grandeza-de-shakespeare-o-sucesso-do-galpao-456688.asp
Mariana Caminha é formada em Letras pela UnB e em jornalismo pelo UniCEUB. Fez mestrado em Televisão na Nottingham Trent University, Inglaterra. Casada, mora em Londres, de onde passa a escrever para o Blog do Noblat sempre às segundas-feiras. Publicou, em 2007, o livro Mari na Inglaterra - Como estudar na ilha...e se divertir

http://www.rededosaber.sp.gov.br/portais/Portals/84/docs/teuda_bara.pdf
Entrevista com a atriz Teuda Bara, uma das
fundadoras do Grupo Galpão
Ela é mineira, filha de um major que tocava trombone e de uma dona de casa cantora. Teuda
estudou Ciências Sociais, largou a faculdade, decidiu ser professora e atriz e se tornou uma das
fundadoras do Grupo Galpão, referência quando o assunto é teatro sério, popular e de
qualidade. De Belo Horizonte, ela falou, por telefone, com o Portal EFAP. Confira aqui os
principais trechos da entrevista:
O que um professor e um ator têm em comum?
Para Teuda, “tanto o professor quanto o ator têm de ser verdadeiros porque não dá pra fingir
num palco e muito menos numa sala de aula”. Ela diz que “o professor tem muito de ator
quando comanda uma sala de aula, quando envolve os seus alunos, quando não se esquece de
que o melhor mesmo é ensinar brincando”.
“Muitas vezes eu me deitava no chão junto com as crianças para ler um livro.”
Quais são as memórias do tempo em que foi professora e atriz?
“Eu deixava o teatro à meia-noite, e às seis e meia da manhã do dia seguinte já estava dentro
do ônibus relembrando o plano de aula. Eu tinha dois filhos pequenos , era uma verdadeira
loucura conciliar tanta coisa, mas não dava para abandonar a escola.”
Mas depois de vinte anos lecionando, Teuda deixou as salas de aula, foi comandar eventos na
Secretaria de Cultura de Minas Gerais e se dedicar integralmente ao Grupo Galpão.
Você foi convidada pelo diretor canadense Robert Lepage para fazer parte do Cirque Du
Soleil, umas das companhias mais famosas e desejadas do mundo. Por que voltou?
“Seria a minha morte artística. Fiquei três anos no Cirque e vivi nas cidades de Montreal, no
Canadá, e Las Vegas, nos Estados Unidos. Foi bom, mas com o tempo percebi que lá eu faria
sempre as mesmas coisas, do mesmo jeito. Depois que voltei, fiz um monte de peças e até
cinema, como o filme ‘O Palhaço’, dirigido pelo Selton Mello. Vi que se ficasse por lá não daria
conta.”
Depois de trinta anos, o Galpão continua o mesmo?
“Muita coisa mudou, a gente envelheceu... O grupo é muito maior, tem muito mais
integrantes, o nosso acervo hoje é muito maior. Mas uma coisa não mudou, a gente continua
com o mesmo espírito, a gente gosta de fazer teatro, gosta de ir pra rua, de estar com as
pessoas, conhecer lugares, de levar o teatro onde ele ainda não foi.”
Alguma apresentação mais marcante?
“São tantas que daria para escrever um livro, mas me lembro de uma apresentação em
Januária, no norte de Minas. A cidade nunca tinha recebido um teatro, acredita? Os moradores
não sabiam nem como reagir diante da gente e ficaram emocionados. Esse é o grande barato
do ator, do artista em geral... é quando a gente faz um trabalho e encanta a pessoa que está
assistindo.”
Qual espetáculo da temporada paulistana os professores não podem perder???
Teuda recomenda o espetáculo “Romeu & Julieta”, dirigido por Gabriel Villela, que segundo
ela é um clássico do grupo; “Tio Vânia”, com direção de Yara de Novaes, no qual ela faz uma
mãe; e o espetáculo “Till – A Saga de um Herói Torto”, dirigido por Júlio Macielhttp://www.rededosaber.sp.gov.br/portais/Portals/84/docs/teuda_bara.pdf
sábado, 18 de agosto de 2012
GRUPO GALPÃO 30 ANOS - E SUAS MELHORES PEÇAS.
O grupo mineiro traz três peças de seu repertório para celebrar as três décadas de existência. O espetáculo de rua Romeu & Julieta, dirigido por Gabriel Villela, conta a tragédia dos amantes shakespearianos com elementos de cultura popular no contexto do sertão mineiro de Guimarães Rosa. Em Till, a saga de um herói torto, o protagonista recorre à esperteza e a um sem fim de artifícios para driblar as dificuldades de uma Alemanha miserável. Sob a direção de Yara de Novaes, a companhia encena Tio Vânia, texto de Tchekhov ao qual o grupo adicionou o subtítulo (aos que vierem depois de nós), título de um poema de Bertolt Brecht. Romeu e Julieta.
Grupo Galpão – 30 anos de Teatro e Vida. Dia 18/8, sáb. 19h; dia 19/8, dom. 18h; dias 21 e 22/8, ter. e qua. 20h30. Sesc Belenzinho. Gênero: comédia. Duração: 90 min. Classificação: livre. Grátis, com ingressos distribuídos uma hora antes. Tio Vânia (Aos que vierem depois de nós). Dia 24/8, sex. 21h; dia 25/8, sáb. 17h e 21h; dia 26/8, dom. 18h. Sesc Vila Mariana. R. Pelotas, 141, tel. 5080-3000. Gênero: drama. Duração: 90 min. Classificação: 12 anos. Ingressos: R$6 (trabalhadores de comércio e serviços matriculados) a R$ 24. Crédito: D/M/V. Débito: M/R/V. onde comprar: no Sesc Vila Mariana (ter.a sex. 7h/21h30; sáb.e dom.9h/18h30) e nas demais unidades do Sesc.
Fonte:http://epocasaopaulo.globo.com/cultura/grupo-galpao-celebra-30-anos-com-melhores-pecas/
Por Maria Fernanda Vomero
Video: Globo Cidadania - TV GLOBO - Sempre Informando a Comunidade.
Grupo Galpão 30 Anos.
Postado por Edimar Bento às 10:21
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Notas dispersas da viagem de reestreia de “Romeu e Julieta” 7
por Eduardo Moreira 6 de junho, 2012, 8:47
Não conheço público que tenha mais respeito e admiração pelo teatro que o inglês. Eles assistem uma peça de quatro horas em pé na maior concentração e respeito. Nas apresentações do Globe era comum ver pessoas assistindo e acompanhando o texto original em inglês.Durante a segunda guerra o horário do teatro em Londres passou para as sete PM porque os alemães costumavam bombardear a cidade lá pelas dez. Assim, os londrinos ainda podiam ir ao teatro antes das bombas caírem do céu. Uma pausa prolongada num teatro britânico torna-se uma suspensão sempre cheia de intensidade.
Além das três apresentações de “Romeu e Julieta”, consegui ver e sentir a reação do público em mais três espetáculos – “KIng John” ( Rei João) da Sérvia, “King Lear” ( Rei Lear) da Bielorrúsia e “As you like it” (Como gostais) da Geórgia. Os três dividiram conosco o palco do “Globe” . Trata-se de três produções do leste europeu. Apesar de não ter aguentado assistir todo o espetáculo dos sérvios, fiquei impressionado com o vigor do teatro do leste europeu. Encenações viscerais, atores com uma presença exuberante, muito música e cenas vigorosas, apesar de estéticamente `as vezes muito sujas. Dizem que o teatro do leste da Europa tem a marca muito presente das encenações do diretor lituano Eimuntas Nekrosius. Ela estará no festival “Globe to globe” com sua famosíssima montagem de “Hamlet” ( em lituano – Hamletas ).
O mais incrível é que, em cada encenação, percebia-se por trás das peças de Shakespeare, o espírito diferente de cada povo. Em três espetáculos bem musicais dava para sentir como o espírito e a maneira de ver o mundo de cada país e cultura se expressava na voz e no corpo dos atores. Esse, aliás, foi o sentido mais admirável, dessa louca empreitada que foi fazer um festival com 37 companhias de trinta e sete países diferentes,uma entrando depois da outra. Possivelmente um dos cenários mais complicados das montagens presentes no festival foi o nosso. As três companhias que assisti usavam o palco praticamente vazio. Tive a impressão de que os ingleses sentiam-se orgulhosos em ouvir as obras de Shakespeare faladas em português, sérvio, russo e georgino(?). Shakespeare, o autor que arrebatou o mundo. ( continua)
5 Respostas para “Notas dispersas da viagem de reestreia de “Romeu e Julieta” 7”
Wallace Puosso, on junho 6th, 2012 at 11:52 Said:
Eduardo querido, o tempo passa numa velocidade estonteante. Parece que foi antes de ontem. Assisti Romeu e Julieta em 1994 aqui no SESC SJCampos e, na quela época, ainda dando os primeiros passos na profissão, me encantei, me emocionei e aquela apresentação confirmou pra mim o que já era uma suspeita: era isso o que eu faria pelo resto da vida. Acompanhei a trajetória do Galpão esses anos todos, até chegar na condição de ter sido dirigido (maravilhosamente) por você. Agora, lendo os relatos da passagem pelo Globe, me sinto um pouquinho lá com vocês, por que sei quantas estradas são necessárias para se chegar onde vocês chegaram (e continuarão!). Meu abraço fraterno a todo o grupo e vida longa a este espetáculo lindo, jóia rara. Espero vê-los novamente.
Bruno Rabello, on junho 6th, 2012 at 17:26 Said:
Caro Eduardo, sou de BH e vi todos os espetáculos encenados pelo Galpão desde “Album de Famíia”. Tenho um carinho especial pelo “Romeu e Julieta” e já assisti mais de 10 vezes a peça. Ano passado estive em Londres e visitei o Globe pela primeira vez. Fiz um tour guiado e a guia era uma senhorinha apaixonada pelo templo. Ao final, aproximei-me e perguntei-lhe se ela se lembrava da encenação de vcs e ela, efusiva, mencionou o carro como palco e disse que adorou. Eu, orgulhoso, acrescentei que era da mesma cidade do grupo. Estarei na platéia de pelo menos uma das apresentações do final de semana. Abraço a todos e merda!
Camila, on junho 6th, 2012 at 18:11 Said:
Deve ser também porque a peça é muito boa né… Ainda mais se tratando de vocês… Um Beijo
Maria Aparecida, on junho 8th, 2012 at 14:40 Said:
Deve ter sido incrível estas movimentações de ponto de vista envolvido com as culturas mundiais num único foco, Shakespeare.
E o mais relevante foi ver vocês representarem o Brasil e a nossa cidade (BH).
Parabéns! Continuarei seguindo o sucesso, a criatividade e adaptação de fundo moral introduzidas nas peças com tanto entusiasmo.
Um grande abraço a todo grupo.
luciana, on junho 10th, 2012 at 22:02 Said:
Deve ter sido muito emocionante esse festival. Para nós de BH é muito bacana saber que os ingleses receberam tão bem o Romeu e Julieta de vocês, hoje voltei à praça do Papa para matar a saudade dessa peça. Tinha ido já ontem, mas gosto muito e achei que seria ainda mais bonito de dia, e desta vez levei minha tia que não enxerga mais, mas adora escutar as músicas, sabe cantá-las e se lembra bem das cenas do Romeu e Julieta (e da Rua da Amargura), do tempo que ela ainda enxergava. E olha, tudo bem que deve ter sido lindo no Globe, mas acho difícil que seja mais bonito que debaixo da Serra do Curral, com a platéia toda colorida, e o céu do jeito que estava hoje. Também acho que o vento faz a sua parte, parece que a Julieta vai voar. As cenas do Romeu e da Julieta são tão maravilhosas, e hoje consegui chegar mais perto e ver o rosto dos atores. É bem diferente quando a gente consegue ver o rosto. Sente-se mais emoção!
http://www.grupogalpao.com.br/blog/2012/06/notas-dispersas-da-viagem-de-reestreia-de-romeu-e-julieta-7/
FIT BH 2012 – Fiquei rica!
This entry was posted on 17/07/2012, in Teatrando and tagged belo horizonte, FIT BH 2012, teatro. Bookmark the permalink. Deixe um comentário
No post anterior, falei de forma geral o que foram os últimos dias pra mim, destacando a imersão teatral-artística-cultural-sensacional que vivi: o FIT BH. Aqui, vou falar dos espetáculos que mais me chamaram atenção em todo o festival. Quando comecei a escrever, a intenção era transmitir a experiência e seu significado para mim. No entanto, após ver o cursor piscar mil vezes na tela em branco, percebi que definitivamente não reduzimos esse tipo de coisa a um punhado de palavras. Fica então um registro aparentemente superficial, mas de significado profundo pra quem está dando os primeiros passos no teatro.
A primeira experiência no FIT foi também uma das mais especiais: a adaptação do Grupo Galpão para Romeu e Julieta. Eu, que sempre amei BH, senti-me especialmente orgulhosa quando vi todas aquelas pessoas ali reunidas. Parece bobagem, mas não é. Senti uma sensação inédita, como se todos nós ali nos conhecêssemos e estivéssemos nos reunindo na sala de casa pra assistir TV. Só que era muito mais especial e envolvente que isso. Estávamos ali pra compartilhar o espetáculo, e tudo o que o tornava ainda mais espetacular: as montanhas ao fundo, o clima ameno, a vista da nossa cidade… Fui tomada por verdadeira euforia ao perceber o espaço público utilizado para celebrar a convivência, o deleite de um domingo, o início de uma nova semana. Enfim, senti a agitação da urbanidade serenar-se através daquele momento pleno de encontro, lazer e cultura… Apreciei os sorrisos do público, os olhos curiosos, as palmas, as vozes entoando as músicas puxadas pelo elenco. Uma sucessão de acertos, coroados pelo inexplicável efeito que o por do sol conferia a tudo. Não sei quanto tempo durou o espetáculo, mas sei que sua lembrança estará presente enquanto o sol subir e descer naquele belo horizonte.
Aí veio Sua Incelença, Ricardo III. Não sei se por ter chegado em cima da hora e por isso sentado muito longe, mas não gostei. Mal ouvia a fala dos personagens, e por já ter perdido o fio da meada, decidi ir embora antes do final. Foi a única coisa que não deu muito certo, em todo o festival.
Ofuscando o fiasco do dia anterior, veio Selton Mello em O Palhaço. Não é porque adoro o Selton desde sempre, nem porque a história se passa em Minas Gerais, nem pelo convite à reflexões banhadas de humor… A tônica da experiência foi a forma como o filme falou a mim – tão diretamente que acreditaria ser até algo pessoal. E como se não bastasse, a exibição deu-se em um parque localizado a poucos metros da minha casa, o qual eu sempre soube existir, mas nunca dei bola. E não é que agora eu adoro o tal lugar?
Adoro quando algo me faz pensar e rir ao mesmo tempo, principalmente quando trata-se de encenar, criticar e discutir dramas e inconsistências humanas. Por isso, Abito, Umnenhumcemil e Mistero Buffo foram excelentes. Envolveram-me completamente, cada um com sua proposta. Foi quando notei que cenários simples são muitas vezes um convite a reflexões profundas.
Foram incontáveis boas atuações as quais presenciei, mas se fosse para eleger a melhor delas, não pensaria duas vezes para indicar Dani Barros dando vida a Estamira. Eu, que estou engatinhando no teatro, olhei pra ela ali em cima do palco e vi uma grande inspiração. Quero um dia conseguir transitar com tamanha facilidade e competência entre o choro comovente e o riso, o olhar frágil e os gestos enérgicos, a realidade e a ficção. Sei que ainda tenho um monte de gente boa pra conhecer, mas já a coloco em meio às minhas atrizes preferidas.
Outro espetáculo delicioso foi O Idiota. Pensei que idiota seria eu, em comprar ingresso pra um espetáculo de 7 horas e meia de duração. Só que mudei de ideia rápido, pois até ali tinha sido tudo tão bom durante o festival… imaginei que experiência poderia estar reservada a mim com mais este. Felizmente, não me arrependi nem um pouco. Foi como pegar o mesmo trem das personagens e viajar muito, pra bem longe. E por horas não pensei em nada: deixei-me envolver completamente, e lá fui eu pra Polônia, tomei champagne, fui convidada de um jantar e uma festa de noivado… Para quem sabe o que foi Fátima, é fácil entender que tenho tomado gosto por esse tipo de espetáculo em que a plateia é inserida na história. Deste, em especial, ficou a percepção de quão incrível é a mente humana ao criar situações, antever sensações e desencadear auto críticas. É mais ou menos o que eu quero dizer quando conto a alguém que uma peça pode valer mais que mil anos de terapia.
E as cortinas fecharam-se para mim, pela última vez neste festival, com Voyageurs Immobiles. Não poderia haver melhor pedida, pois até ali eu já havia assistido muitas coisas densas, então foi agradabilíssimo conferir um verdadeiro show de ilusão de ótica, humor e trocas incríveis de cenário. Não que não houvesse qualquer convite ao pensamento – muito pelo contrário. E foi divertido demais até me sentir uma trouxa por não fazer ideia de como eles conseguiam fazer certas coisas. Eu olhava fixamente pra ver se captava o segredo, mas convenci-me de que não ia rolar. Eles são bons mesmo.
http://amandacrl.wordpress.com/2012/07/17/fitbh2012/


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