
terça-feira, 1 de abril de 2014
FESTIVAL DE TEATRO. CURITIBA 31/03/2014 Festival de Curitiba é vitrine do BrasilSomente no último fim de semana, o Festival de Teatro de Curitiba apresentou 300 espetáculos. Diversidade no palco e na plateiaNOTÍCIA0 COMENTÁRIOS Paulo Renato Abreupaulorenatoabreu@opovo.com.br
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Um réquiem para Antônio: espetáculo de Gabriel Villela entre as grandes produções que passaram por esta edição do festival
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São muitos os sotaques - e idiomas - ouvidos. Afinal, o Festival de Teatro de Curitiba reúne amantes das artes cênicas de várias partes do mundo. Do teatro mambembe às grandes produções, tudo cabe. Só no final de semana passado foram mais de 300 apresentações ocorrendo simultaneamente pela capital paranaense. Firmado no circuito teatral há mais de 20 anos, o evento suscita perguntas, como: Por que não podemos ter um evento semelhante nas outras capitais do Brasil? O que falta para a experiência bem sucedida de Curitiba se espalhar pelo País?
“Se compararmos, vamos ver que as políticas culturais ainda estão engatinhando no Nordeste”, afirma José Neto Barbosa, ator e produtor cultural de Natal. O artista potiguar apresentou o espetáculo Borderline na programação da mostra paralela Fringe. “Em Natal, tivemos um festival que durou só um ano. Foi em 2010, mas entra gestão e sai gestão e tudo muda. Não há interesse em dar continuidade”.
Para a turista pernambucana Célia Sousa, o festival é a prova de que nosso País tem grandes artistas. “Acho que a diferença é que o público de Curitiba parece mais interessado em teatro. Acho que é uma coisa de educação, que se aprende desde pequeno”, afirma a administradora. Para Célia, entretanto, se houvessem patrocinadores interessados em replicar a fórmula, as plateias pelo Brasil se multiplicariam.
Raquel Queiroz é produtora do evento e afirma que, cada vez mais, Curitiba se tornou uma vitrine do teatro brasileiro. “O festival começou com pouquíssimas peças e virou essa imensidão. Muitas companhias optam por estrear seus espetáculos aqui em Curitiba”, observa. Rachel diz que essa confluência de estados e países também causa certo “choque cultural” entre as companhias e o evento. “Os grupos chegam com visões diferentes do fazer teatral, costumes de cada cidade, então, temos regras no evento, o que acaba criando divergências”.
Já Jéssica Quadros, também produtora, aponta outro desafio: a descentralização do festival. O espaço que abriga a maioria dos festivais, se comparado a Fortaleza, por exemplo, se assemelha ao polo cultural dos arredores do Dragão do Mar. “Pode ser mais bem trabalhado para os próximos anos, uma maior descentralização do evento. O festival tem muitas mostras e ainda pode atingir mais o público daqui”, afirma Jéssica.
Movimento dos sem ingresso
A lógica parece simples: há pessoas interessadas em assistir aos espetáculos e lugares disponíveis nos teatros, então, por que não distribuir gratuitamente as entradas? É esse o trabalho do Movimento dos Sem Ingresso. “Existe muito ingresso de cortesia, cada companhia tem direito a 10%. Nós fomos percebendo que as companhias vindas de fora chegam e não conhecem pessoas para doar essas cortesias, então, criamos o movimento”, afirma Débora Cristina dos Santos, uma das criadoras do projeto.
Assim, há 11 anos, o festival tem um “Papa ingresso”, guichê disponível para a doação de entradas. E, em quase todos os espetáculos, o movimento está lá, abordando os transeuntes e oferecendo cortesias, pois a ideia é não deixar nenhum ingresso se perder. A doação também tem regras: uma pessoa não pode pegar muitos ingressos, pois o movimento visa democratizar essas entradas entre quem realmente não tem como pagar.
“Os ingressos da Mostra oficial custam R$ 60. É muito caro para quem não tem dinheiro, então, nós somos essa ponte entre a companhia que tem cortesia para doar e a população que não tem grana para pagar”, explica Débora. A professora de artes cênicas diz que o movimento surgiu entre os estudantes universitários e tem dado “muito certo”.
http://www.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2014/03/31/noticiasjornalvidaearte,3228412/festival-de-curitiba-e-vitrine-do-brasil.shtml
*O repórter viajou a contive do Festival de Teatro de Curitiba.

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