05/07/2016 - 12h34 - Atualizado em 06/07/2016 - 15h31
Autor: Darshany Loyola | dvieira@redegazeta.com.br
Autor: Darshany Loyola | dvieira@redegazeta.com.br
Espetáculo terá duas sessões no Teatro Carlos Gomes neste
fim de semana
Foto: João Caldas/Divulgação
Walderez de Barros interpreta
atriz decadente na peça
“É o teatro que me permite exercitar melhor o meu ofício de
atriz, trabalhar em profundidade, me aperfeiçoar, desenvolver meu talento. Só o
teatro propicia isso.” Assim pensa Walderez de Barros há mais de 50 anos, desde
quando iniciou sua trajetória nos palcos. A atriz dá uma mostra desse talento
em “Rainhas do Orinoco”, peça dirigida por Gabriel Villela que chega a Vitória
neste fim de semana, com duas sessões no Teatro Carlos Gomes, no Centro.
Escrita pelo mexicano Emilio Carballido, a comédia narra a
história de Mina, vivida por Walderez, e Fifi (Luciana Carnieli), duas atrizes
de teatro musical já decadentes que ganham a vida com shows pela América
Latina. Elas viajam em um barco pelo rio Orinoco, apresentando-se em cabarés
pobres de algumas pequenas cidades. Num desses lugares, uma sequência de
estranhos acontecimentos é vivenciada pelas duas. A trama ainda conta com o
ator e musicista Dagoberto Feliz.
“É uma história que poderia ser contada como uma grande
tragédia, mas o autor teve a sabedoria de transformar em uma grande comédia, e
assim mostrar a existência de dois seres humanos desprotegidos, que podem estar
nos grotões da America Latina ou em qualquer parte do mundo”, comenta Walderez,
em entrevista ao C2.
Parceria
A atriz entrou para o elenco do espetáculo a partir de um
convite do diretor, com quem já fez outras parcerias no teatro. “Aceito
qualquer convite vindo do Gabriel antes mesmo de conhecer o texto, a
personagem, o salário”, declara. “Trabalho com ele já há alguns anos, tenho
afinidade com a linguagem do circo-teatro, que habitualmente ele usa nas suas
encenações”, completa.
Segundo Walderez, Mina, sua personagem, muito mais velha
que Fifi, é uma mulher sem muitas esperanças. “Ela conhece muito bem a situação
em que as duas se encontram, no fim de carreira, trabalhando em qualquer lugar,
fazendo qualquer coisa, pra não morrer de fome.”
A atriz conta também que, antes da peça, ainda não conhecia
a obra de Emilio Carballido – que foi traduzida por Hugo de Villavicenzio.
“Sabia que era um dos maiores dramaturgos do México, com uma vasta obra
teatral, encenada em vários países”, afirma.
Carreira
Com tanto tempo de trajetória nos palcos, na televisão e no
cinema, Walderez olha para sua carreira com carinho e respeito. “Nossa, meio
século! Gosto da minha trajetória de vida. Fui privilegiada porque consegui me
manter fiel aos meus princípios e valores. E assim pretendo continuar, se Deus
quiser, por mais alguns anos...”, reflete.
Como muitos atores e atrizes que passaram pela dolorosa
época da ditadura militar brasileira, Walderez de Barros viu nesse momento um
dos períodos mais difíceis da sua carreira. “A censura imposta a todos os
artistas, especialmente aos de teatro, impediu muitas vezes que eu exercesse
minha profissão. Ensaiei peças que não puderam estrear, foram proibidas às
vésperas da estreia”, relata. “É a mais horrível sensação você preparar um
trabalho e não conseguir mostrá-lo ao público.”
Rainhas do Orinoco
Quando: sábado (9), às 20h, e domingo
(10), às 18h.
Onde: Teatro Carlos Gomes, Praça Costa
Pereira, Centro, Vitória.
Ingressos: térreo – R$ 60 (inteira) e R$
30 (meia); camarotes – R$ 50 (inteira) e
R$ 25 (meia). Assinantes de A GAZETA têm
50% de desconto no valor da inteira (até 2 ingressos). À venda na bilheteria do
teatro (13h às 18h) e no site www.ingresso.com.
Informações: (27) 3132-8399, (27)
3029-2765 e no site www.wbproducoes.com.
http://www.gazetaonline.com.br/_conteudo/2016/07/entretenimento/cultura/3955576-walderez-de-barros-estrela--rainhas-do-orinoco--em-vitoria.html
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