Ensaio geral
Setor cultural programa ações para 2013 nas áreas pública e privada.
Principais grupos do estado estreiam espetáculos e espaços serão inaugurados em BH e no interior
Sérgio Rodrigo Reis
Publicação: 30/12/2012 04:00

Beatriz Apocalypse trabalha na preparação do espetáculo Alice no País das Maravilhas, do Giramundo, que mescla arte tradicional e tecnologia
O ano de 2013 sinaliza para uma renovação no setor cultural em Minas Gerais. A maioria dos grupos locais com trajetória reconhecida deverá ampliar seus repertórios com estreias de espetáculos e o poder público dos municípios, depois de passadas as eleições, promete iniciar novo ciclo de realizações. Os próximos meses serão dedicados a homenagens importantes e ainda marcados pela expectativa do setor artístico diante do futuro dos mecanismos de mecenato, atualmente bastante desgastados pelo direcionamento do uso dos incentivos fiscais para os próprios projetos governamentais.
A agenda cultural começa pelas artes cênicas. De 3 de janeiro a 3 de março, a Campanha de Popularização do Teatro e da Dança chega aos principais palcos de Belo Horizonte e de algumas cidades do interior (Ipatinga, Juiz de Fora e Araxá), disposta a movimentar a cena local. O evento é um fenômeno de público, não existe parâmetro semelhante no país, pois consegue levar milhares de pessoas ao teatro numa época considerada de entressafra em outros lugares. Serão 155 espetáculos, entre adultos (102), infantis (41) e dança (12). Ainda nas artes cênicas, o Verão Arte Contemporânea vai oferecer, de 13 de janeiro a 12 de fevereiro, montagens experimentais de 45 grupos em 24 espaços culturais.
Outra manifestação que deverá movimentar o início do ano é o cinema. De 18 a 26 de janeiro, a Mostra de Cinema de Tiradentes abrirá o calendário nacional do setor com exibição de mais de 100 filmes em 40 sessões. O evento, com foco na produção contemporânea, chega à 16ª edição com o tema “Fora de centro”, destacando a descentralização do cinema brasileiro. Ainda no audiovisual, destaque para o Cine OP, de 12 a 17 de junho, em Ouro Preto, com programação voltada para o debate do patrimônio em diálogo com a história e a educação. De 10 a 17 de outubro, a capital recebe a Mostra Cine BH, com debate sobre a questão do mercado. Outra expectativa é para o lançamento do longa de Helvécio Ratton O segredo dos diamantes, que deverá chegar às telas em agosto.
Grupo Galpão e o diretor Gabriel Villela (ao centro) estreiam versão para as ruas de Os gigantes da montanha, de Luigi Pirandello
No palco Minas possui alguns dos principais grupos de artes cênicas do país. Todos estrearão montagens. O Giramundo, de teatro de bonecos, apresenta Alice no País das Maravilhas, espetáculo inspirado no clássico do autor inglês Lewis Carroll (1832-1898), em abril. O Grupo Galpão fará, até o fim do primeiro semestre, a versão para as ruas de Os gigantes da montanha, de Luigi Pirandello (1867-1936), com direção de Gabriel Villela. No interior do estado, o Ponto de Partida promete montar, gravar e estrear espetáculo com o coro Meninos de Araçuaí. Já em agosto, será a vez de o Grupo Corpo estrear em São Paulo e depois em BH balé com trilha de Lenine. A companhia de dança fará ainda turnês nacional e internacional.
Minas ganhou, nos últimos anos, vários centros culturais e museus que, devido a programações irregulares e à falta de acervo interessante, não conseguiram se tornar atrativos. A disputa pelas atenções promete esquentar em 2013 com as inaugurações, ainda no primeiro semestre, do Teatro do Minas Tênis Clube e, em setembro, do Cine Brasil, espaço que sediará a exposição do painel Guerra e paz, de Cândido Portinari (1903-1962).
O Circuito Cultural da Praça da Liberdade deverá iniciar as atividades do Inhotim Escola (a mesma instituição inaugura, no segundo semestre, pavilhão dedicado às obras fotográficas da artista nascida na Suíça e radicada no Brasil Claudia Andujar). Também integrando o circuito, está prevista a inauguração do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
Óperas O Palácio das Artes, principal centro cultural de Minas, deverá manter a estrutura da agenda de 2012. Fará três óperas (inclusive Madame Butterfly, de Puccini, que abriu a agenda deste ano), além de Phaedra e Hippolytus, de Christopher Park, em julho; e uma produção em comemoração aos 300 anos do nascimento de Verdi, em outubro (com título ainda a definir). A instituição receberá, em janeiro, itinerância da Bienal de São Paulo, com 500 obras, de 36 artistas.

Novo Cine Brasil tem promessa de inauguração em setembro com exposição do painel Guerra e paz, de Portinari
A Orquestra Sinfônica e o Coral Lírico de Minas Gerais darão prosseguimento às séries Sinfônica Pop, Concertos no Parque, Concertos na Cidade e Sinfônica no Museu. Já a Cia. de Dança Palácio das Artes estreia, no segundo semestre, espetáculo. No Cine Humberto Mauro o destaque é para retrospectiva da obra dos cineastas Billy Wilder e Howard Hawks.
http://impresso.em.com.br/app/noticia/cadernos/cultura/2012/12/30/interna_cultura,62789/ensaio-geral.shtml
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