terça-feira, 1 de janeiro de 2013

TEATRO Destino e livre-arbítrio de mãos dadas Leia a entrevista com o diretor Gabriel Villela, que traz sua versão de “Macbeth”, só com homens, ao Teatro Bom Jesus de sexta a domingo (26 a 28 de outubro) 1 Publicado em 23/10/2012 | HELENA CARNIERI Fale conosco Comunicar erros RSSImprimirEnviar por emailReceba notícias pelo celularReceba boletinsAumentar letraDiminuir letra O diretor Gabriel Villela começou o relacionamento com Shakespeare montando “Romeu e Julieta” em 1992, com o Grupo Galpão. Estreou em Curitiba, em 2011, “Sua Incelença, Ricardo III”, sobre o sanguinário monarca inglês que, assim como “Macbeth”, promove uma chacina ao seu redor. Esse último (chamado por muitos de o monarca escocês, para evitar pronunciar o nome que a lenda diz dar azar) é interpretado por Marcelo Antony na versão que Villela mostra em Curitiba neste fim de semana. Acompanhe a entrevista concedida por telefone à Gazeta do Povo: Como você retrata o destino em “Macbeth”? Saiba mais Ouça entrevista de Marcello Antony sobre Macbeth É impossível não tratar do destino e do livre- arbítrio em Shakespeare, eles estão de mãos dadas. Em “Macbeth” ele foi tratado a partir de uma escola estetizante da narrativa: os atores trazem a essência dos personagens, mas o relatam para a plateia. E quem opera o trágico é o espectador. Cada um tem a sua leitura. Como você caracteriza as três irmãs que lançam as profecias? Um fato curioso antropológico é a peça ser feita só com elenco masculino. Quis pensar como eram esses personagens tão bizarros e trágicos. Tirei o caráter dramático das bruxas, ainda que sejam melodramáticas. São drag queens que surgem tricotando o tempo inteiro: uma fia, a outra tece e a outra corta [o destino] ao redor de Macbeth. O tricô está ligado ao conceito de trama, de urdidura, que é uma palavra tão cara ao teatro... e isso é materializado num totem feito por três teares de origem judaico-cristã, de Minas Gerais. Elas soltam fibras de cima abaixo como numa grande cascata, no centro da cena. No final, Macbeth entra no totem e se defende com as linhas... é a simbologia do mito. Utilizando drag queens, sobra algum traço de humor? Sim, e tem crítico que me xinga até... eles fazem personagens bem brincalhonas. Como eu não podia trabalhar com mulheres, exagerei na medida das bruxas. O personagem Banqo diz ‘que bichos são esses’... Você vai continuar montando Shakespeare? Queria fazer sempre Shakespeare. Mas agora estou fazendo com o Grupo Galpão uma peça de Pirandello, “O Gigante da Montanha”. Deve estrear em junho de 2013. E estamos viajando com “Romeu e Julieta”, que agora está no Rio. E os Clowns de Shakespeare estão embarcando para a Espanha com “Sua Incelença, Ricardo III”, e depois vão para Moscou. http://www.gazetadopovo.com.br/cadernog/conteudo.phtml?id=1310390&tit=Destino-e-livre-arbitrio-de-maos-dadas

Nenhum comentário:

Postar um comentário