quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Os arquivos vivos do teatro Série de documentários produzida em São Paulo mostra companhias tradicionais do país e fortes traços regionais Enviar por e-mail Imprimir Aumentar letra Diminur letra Fonte NormalMais Notícias ENSAIO ABERTO DO GALPAO PUBLICADO EM 18/02/14 - 03h00 GUSTAVO ROCHA Celebrando o histórico da produção teatral de grupos tradicionais em suas cidades e regiões, e também a influência que esses exercem na formação de outros grupos e público, o programa “Ensaio Aberto - O Teatro de Grupo no Brasil” estreia episódios que serão disponibilizados, um a cada semana, na Internet, a partir de 28 fevereiro (www.cooperativadeteatro.com.br). VEJA TAMBÉM video O jeito coletivo de fazer teatro Mais “Fomos atrás de companhias que tinham mais de 35 anos de vida, grupos que já possuem um legado, para entender o que faz com que essas pessoas fiquem tanto tempo juntas”, destaca Fabiano Moreira, produtor e idealizador da série. O Galpão, o grupo mais longevo da cidade com produção permanente ao longo do tempo, abre a série de programas. A equipe do programa, que tem direção artística de Luiz Cruz e assistência e montagem de Fernando Pessoa, acompanhou o grupo durante apresentações de “Os Gigantes da Montanha” no interior do Estado. “Foi muito simpático”, destaca Eduardo Moreira, ator, integrante do grupo. Ele destaca o tanto que os paulistanos estavam bem informados e interessados no trabalho. Em sua pesquisa pelas companhias Brasil afora, Fabiano e sua equipe também buscaram cruzar a trajetórias das companhias com traços regionais marcantes. Dessa forma, o barroco característico de Gabriel Villela (diretor de “Os Gigantes da Montanha”, além de “Rua da Amargura” e “Romeu e Julieta”), que influenciou o Galpão, é destacado pelo documentário. Eduardo crê que haja, sim, uma forte marca mineira no grupo, mas diz que o trabalho do Galpão é eclético. “No caso dos ‘Gigantes’, fomos muito influenciados pela estética do Gabriel, aquela exuberância de teatralidade, isso é muito visível, embora não façamos só isso. Mas é inegável, há um jeito de falar que é característico de quem é de Minas. Embora, eu não seja mineiro”, brinca Eduardo, também chamado de “Carioca”. Em um país com proporções continentais e traços culturais tão distintos é tarefa difícil encontrar semelhanças estéticas entre os espetáculos do grupo Galpão ou do Imbuaça, de Sergipe. Fabiano ressalta que o princípio norteador foi justamente o da longevidade. “É mais fácil falarmos daquilo que esses grupos têm em comum como o longo período de atividades e o fato de todos eles trabalharem em sedes próprias, com relação direta com o público”. Economicamente falando, quase todos os grupos vivem em função de editais e apoios de projetos culturais nas três esferas: municipal, estadual e federal. A exceção, segundo Fabiano, é o Grupo Comédia Cearense que consegue se manter com apoios, mas também com a bilheteria de seus espetáculos. A resposta à pergunta “o que faz um grupo ficar tanto tempo junto?” se sintetiza em uma percepção muito simples de Fabiano, que ignora regionalismos e se concentra na boa relação das pessoas. “O que os mantêm juntos é a coletividade, o respeito ao profissional. Além de saber se colocar e ceder à vontade do outro. Os objetivos são traçados coletivamente e se desenvolvem porque todo mundo colabora com um pouco que se transforma em algo muito maior”, conclui Fabiano. Popular. Ainda que pareça um programa específico para o público iniciado em teatro, o produtor crê que ele possa chegar a uma parte da população que não entenda “nada” de teatro. “É um programa bastante popular, sem ter esse alvo seleto, mas numa linguagem bem acessível, para atingir quem não conhece teatro, que é uma grande maioria de nossa população. Afinal, infelizmente, as pessoas não vão ao teatro”, destaca ele. São Paulo. O programa nasceu em 2011, numa versão paulistana, “Ensaio Aberto – A Lei de Fomento ao Teatro”, quando Fabiano documentava os grupos vencedores do Prêmio de Fomento ao Teatro da Prefeitura de São Paulo (edital específico da área, que premia companhias com trabalho continuado em suas sedes na cidade). Os produtores resolveram extrapolar o caráter local do programa e, com apoio da Secretaria de Estado da Cultura paulista, nasceu a versão nacional da série.http://www.otempo.com.br/divers%C3%A3o/magazine/os-arquivos-vivos-do-teatro-1.790498

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