domingo, 2 de fevereiro de 2014

RTES CÊNICAS Sob as bênçãos das montanhas “Os Gigantes da Montanha”, que estreia hoje na praça do Papa, marca reencontro do Galpão com Gabriel Villela Enviar por e-mail Imprimir Aumentar letra Diminur letra Fonte NormalMais Notícias Canto A montagem contou com um trabalho de antropologia da voz feito pela italiana Francesca Della Monica PUBLICADO EM 30/05/13 - 03h00 LILIANE PELEGRINI Por trás de um grande espetáculo, uma grande família. Hoje, quando o público assistir na praça do Papa à estreia de “Os Gigantes da Montanha”, novo espetáculo do Grupo Galpão, será possível notar o quanto o apreço por parcerias e convidados estimula e completa a já tão bem engendrada base que forma a companhia, não por acaso um dos peixes grandes do país. Em vez de simplesmente se apoiar em seus talentosos pilares, o Galpão não tem medo de abrir as portas para que outros artistas venham e tragam, cada qual, um pouco de si. É como se realmente, mais do que um grupo teatral, o Galpão fosse mesmo uma família, daquelas grandes e de mesa farta, sempre disposta a receber. VEJA TAMBÉM video Grupo Galpão "esquenta" a noite com a peça "Os Gigantes da Montanha" Mais Nessa analogia, a nova montagem da companhia pode ser celebrada como um reencontro com um dos seus que andava distante e, também, como o batismo dos novos familiares, já que marca uma nova parceria com o diretor Gabriel Villela, com quem o grupo já havia criado dois marcos do teatro – “A Rua da Amargura” (1991) e “Romeu e Julieta” (1994) – e, na mesma medida, o início de parcerias com, por exemplo, os cantores e atores convidados Regina Souza e Luiz Rocha e com a italiana Francesca Della Monica, responsável pelo trabalho de antropologia da voz – a propósito, uma novidade no trabalho preparatório para um espetáculo. “Reunir essa equipe foi mesmo uma grande conquista”, comenta o ator Eduardo Moreira que, ao apresentar o novo trabalho para a imprensa, na semana passada, fez questão de agradecer a cada um dos envolvidos na construção do espetáculo, seja diante do público ou nos bastidores, desde o diretor até o pessoal da logística. “Eu nunca fui recebido tão bem quanto fui recebido aqui no Galpão. Acho que nem na casa da minha mãe”, brinca Luiz Rocha. Isso sem contar que é, ainda, um brinde a companheiros ininterruptos, como Babaya, na preparação vocal, e Ernani Maletta, na direção musical. O resultado de uma produção que trabalha sobre uma sintonia geral tão afinada promete transportar o público para um lugar onde sentir se mostra mais importante do que, de fato, compreender racionalmente o incensado texto do italiano Luigi Pirandello. Isso também, claro, pela própria natureza da obra de Pirandello. “O texto convoca a pensar subjetivamente sobre a arte, a poesia. É um espetáculo que passa primeiro pelo sentir, depois pelo pensar”, comenta o diretor Gabriel Villela, celebrando, ainda, o cenário natural que é a praça do Papa. “Os mais desavisados podem pensar que os gigantes da montanha somos nós mesmos. Mas, de certa forma, gosto de pensar nos meus devaneios que tem essa coisa bonita de estrear no topo da montanha, onde corre o vento puro”, diz. Semana que vem, o grupo cumpre temporada no Parque Ecológico da Pampulha. Em “Os Gigantes da Montanha”, a trama gira em torno de uma companhia de teatro decadente que chega a uma vila afastada do mundo e pautada pela magia. Começa aí um jogo de metalinguagens que instigam o espectador para dentro de um universo de sons, cores e imagens mentais que vêm tanto do próprio texto quanto, como diria Eduardo Moreira, da “nave de sonho e imaginação” criada por Gabriel Villela. A musicalidade é outro ponto forte na construção cênica do espetáculo. Agenda O QUE. Estreia nacional do espetáculo “Os Gigantes da Montanha”, do Grupo Galpão, com direção de Gabriel Villela QUANDO. Hoje, amanhã e sábado, às 20h, e domingo, às 19h ONDE. Praça do Papa (alto da avenida Afonso Pena) QUANTO. Grátis Mais O ator e diretor teatral Paulo José, amigo e parceiro do Galpão, confirmou presença na estreia da peça, hoje, na praça do Papa O grupo orienta o público a ir mais cedo para evitar transtornos. O que achou deste artigo? 2 4 6 8 10 COMENTÁRIOS (1) Tia
DanieleTia DanieleOS GIGANTES ADORMECIDOS Critica Espetáculo Na noite dessa quinta feira última (30/6) estreou, na Praça do Papa, o novo espetáculo do Grupo Galpão “Os Gigantes da Montanha”. Com texto de Luigi Pirandello e direção de Gabriel Villela, o grupo volta mais uma vez ao trabalho do teatro de rua, lugar onde abrilhantou olhos curiosos e consagrou sua carreira. A montagem trás figurinos ricos em detalhes e significados e um cenário primoroso que coloria a noite belorizontina, contudo, mesmo com todos esses elementos, nossos gigantes do teatro não conseguiu trazer de volta a magia cênica que se viu em montagens como Romeu e Julieta, Um Molière Imaginário e Rua da Amargura. A fábula narra a chegada de uma companhia teatral decadente a uma vila mágica, povoada por fantasmas e governada pelo Mago Cotrone. Tudo começa muito bem com um coral de vozes unissom que anuncia uma noite de grandes emoções, mas, infelizmente, o que se vê posteriormente são interpretações perdidas e um desenrolar de cenas enfadonhas e desconexas, muito aquém do já realizado em peças anteriores pelos nossos gigantes do teatro mineiro, transformando a encenação de Os Gigantes da Montanha em uma sequência de interpretações monocórdias e repetidas. Desde o espetáculo Eclipse, o Grupo tem optado em trabalhar uma linguagem não linear em busca de um surrealismo lírico, contudo, o que se nota em Os Gigantes da Montanha é uma total despreocupação da encenação com que o texto chegue ao público. Isso talvez justifique os rumores de espectadores ao redor sobre não estar entendendo onde a peça queria chegar, ou até mesmo seja um dos motivos pelo qual dezenas de pessoas abandonaram a Praça do Papa no decorrer do espetáculo, possivelmente saudosos da brasa que ardia em encenações que outrora ocorreram naquele mesmo lugar, mas também uma enunciação clara de que não embarcaram na proposta. A musicalidade, sempre presente no histórico da trupe se apresenta como elemento fundamental na tradução do universo da fábula para o teatro popular de rua, contudo se por um lado conseguem encantar o público cantando em conjunto, seus números solos vão bem na contramão dessa via sonora. Rodolfo Vaz que desempenhou papéis brilhantes fora do Galpão, como em “O Amor e Outros Estranhos Rumores” e “Antes do Silêncio”, não consegue repetir a maestria em “Os Gigantes da Montanha”. E nem mesmo a boa execução na cena do enforcado consegue apagar o estrago sonoro causado após cantar sua música solo. O mesmo não acontece com o solo de Regina Souza ao interpretar Madalena – que traz a cena um dos momentos auges do espetáculo –, e no solo de Eduardo Moreira, que mesmo tendo um coral de vozes femininas ao fundo canta com suavidade. Tarimbada, Inês Peixoto interpreta a condessa Ilse, personagem central da fábula, e mostra em cena toda sua experiência do teatro de rua no que se refere a interação com a plateia, contudo, não consegue fugir dos marcantes estereótipos vocais e gritos histéricos, que já vem lhe acompanhando em montagens como em seu recente trabalho no espetáculo “Till”. Não obtante, essa não é uma característica notada apenas na interpretação de Peixoto, mas também na de vários outros atores, como é notório em Antonio Edson que pega emprestado de seu Tio Vânia várias das entonações utilizadas em seu personagem Cromo, tornando a encenação apenas mais um monte do mesmo. Apesar desses atropelos, Os Gigantes da Montanha possui muitos méritos visuais como o deslumbrante cenário feito de madeira de demolição ou mesmo seus figurinos recortados por tecidos trazidos da Ásia, do Peru e de outros cantos do Brasil, que exemplificam o cuidado e os investimentos com a produção do espetáculo. Porém, nem todos esses artifícios foram suficiente para acordar nossos gigantes que pareciam adormecidos nessa noite de 30 maio, mas mesmo assim conseguiu prender até o final grande parte do seu público fiel. Ao meu lado duas espectadoras perguntaram: “Qual o nome desse espetáculo?” Isso nos leva a refletir sobre a responsabilidade da trupe em carregar uma marca tão forte, pois talvez o Grupo Galpão não seja o sabor da nova geração, mas certamente traz consigo um sinônimo de qualidade artística, que arrasta multidões e, por todo esse histórico, merecem nossos aplausos. Tia Danielehttp://www.otempo.com.br/divers%C3%A3o/magazine/sob-as-b%C3%AAn%C3%A7%C3%A3os-das-montanhas-1.654929 Responder - 1 - 0 - 1:35 PM Jun 02, 201

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